DVD: Asas e Coração – Revelando a Esquadrilha da Fumaça Tipo: documentário Tempo: cerca de 70 minutos Preço: R$ 20 www.esquadrilhadafumaca.com.br |
O Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira, mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, acaba de lançar seu documentário Asas e Coração em DVD. Em breve, o trabalho sairá também em Bluray. O filme mostra histórias e cenas impressionantes gravadas de dentro do cockpit. A reportagem de AERO conversou com o piloto Líbero Onada Luiz Caldas, o major Caldas, da Esquadrilha, número 7, e reproduz trechos desta entrevista. O aviador deixará a Fumaça em dezembro, às vésperas de o Esquadrão completar 60 anos de existência, e conta como é a vida de um piloto acrobático militar.
AERO - Ser piloto da fumaça é um sonho?
MAJOR CALDAS – Sempre gostei de avião, mas nunca me imaginei na Esquadrilha. Mesmo depois de entrar na FAB, parece algo inatingível. Somente quando me tornei instrutor da Academia (da FAB) é que comecei a pensar mais seriamente em entrar para a Fumaça.
• Por quê?
• Porque um dos requisitos para ser piloto da Fumaça é ter 1.500 horas de voo, das quais 800 tem de ser na Academia.
• Quais os critérios de escolha?
• São os próprios pilotos que decidem quem entra na Fumaça. O que se valoriza é a capacidade de trabalho em grupo e também de ouvir os outros, mais do que o talento acrobático.
• É puxado o ritmo de piloto da Fumaça?
• Sim. Além de voar, temos de dar e receber instruções. Ou seja, fazemos shows no fim de semana e trabalhamos duro durante a semana. Nossa escala é de um fim de semana sim e outro não. Passamos, em média, 15, 20, 30 dias longe de casa.
• Você é o número 7. Qual é seu papel no show?
• O número 7 leva o avião mais próximo do seu limite. E o público gosta do avião isolado. Tenho de demonstrar nossa capacidade de manobra. Já o esquadrão realiza manobras como espelho, alas invertidos e voo de dorso. Mas nosso objeto não é vender apenas arrojo, vendemos também segurança.
• Qual foi a repercussão do acidente aéreo que matou espectadores na corrida do Reno?
• Show aéreo e corrida aeronáutica são coisas diferentes. O show é muito menos arriscado. Um levantamento feito nos Estados Unidos pelo IAC (International Aerobatic Club) mostrou que em 60 anos a entidade nunca registrou acidentes com mortes na plateia. Quanto a idade do piloto, não creio que seja um problema. Para fazer isso o piloto precisa mais de conhecimento e doutrina do que de reflexo e aptidão física.
Redação
Publicado em 14/10/2011, às 06h50 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
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