Com características muito diferentes, os vant se revelam úteis para incontáveis empregos civis e militares
O uso de drones civis e militares reúne aplicações tão diversas que se torna difícil elencar todas. Reunimos algumas propostas e projetos em andamento que demonstram o potencial desses pequenos robôs voadores.
A Embrapa apresentou durante a Agrishow 2014 um drone dedicado ao monitoramento agrícola. O veículo conta com câmeras de alta resolução que mapeiam grandes propriedades com custo menor do que as imagens disponibilizadas por satélite. Além disso, sensores analisam a fertilidade do solo, apontam focos de doenças, deficiências hídricas, plantas daninhas, entre outras funções, melhorando não apenas a produção, mas ajudando no processo de conservação do solo. Alguns fabricantes ao redor do mundo também trabalham em projetos de drones destinados à pulverização de pesticidas. Um dos modelos pioneiros nesse segmento é o Terra8, um octacoptero com payload de apenas 15 kg, mas que, segundo o fabricante, é capaz de pulverizar 33 hectares por hora. Como seu custo operacional representa uma pequena fração daquele de um avião, muitos fazendeiros operam 10 ou mais drones simultaneamente.
Com baixo custo e alta capacidade, os drones caminham para conquistar as principais polícias do mundo. Ainda que dependam da aprovação de uma regulamentação própria, tanto no âmbito legal quanto no do tráfego aéreo, diversas cidades americanas acreditam no potencial dos drones em ações de patrulha ou monitoramento. De acordo com diversos fabricantes, pequenos drones podem realizar o policiamento aéreo de forma mais eficaz que helicópteros, especialmente em razão de seu pequeno porte, que não chama atenção em ações policiais.
Mesmo drones domésticos ou destinados à filmagem, como o caso do DJI Phantom 2, têm mostrado sua utilidade em serviços de levantamento em complexas obras de engenharia. Empreiteiras utilizam diversos tipos de drones para mapear grandes áreas ou mesmo acompanhar o andamento de obras.
O mais polêmico emprego dos drones envolve os serviços de inteligência. Modelos disfarçados, com o Nano Hummingbird, da AeroVironment, é um pequeno robô voador camuflado de beija-flor. O modelo é capaz de monitorar conversas e pequenas áreas sem chamar atenção. Outro modelo que se destaca por sua capacidade é o Black Hornet Nano, da Prox Dynamics, em uso no exército britânico. Com configuração similar à de um helicóptero, o modelo tem apenas 10 × 2.5 cm e pesa insignificantes 16 g, incluindo a bateria. Com autonomia de até 20 minutos, o Black Hornet Nano transmite vídeo em tempo real, permitindo, assim, detectar ameaças numa zona de guerra. Outros modelos, chamados de Bugbots Nano, são microdrones disfarçados de insetos. Alguns possuem câmera térmica (de infravermelho), vídeo de alta resolução e capacidade de carregar a bateria apenas por indução elétrica.
Talvez a mais controversa aplicação dos drones seja a destinada a operações clandestinas dos serviços de inteligência, incluindo seu uso para assassinatos. Especialistas afirmam que as principais agências de inteligência do mundo trabalham em projetos de nanorobôs voadores capazes de executar qualquer pessoa considerada ameaça de Estado. Similares a insetos, esses quase imperceptíveis drones podem carregar uma dose mortal de veneno ou agente biológico.
Alguns fabricantes trabalham em drones capazes de realizar serviços perigosos, como verificação de redes de alta tensão ou de reatores nucleares. Embora algumas concessionárias já utilizem drones para filmar áreas de risco, modelos destinados a funções específicas estão prestes a entrar em serviço.
Conheça os drones já utilizados no Brasil e no mundo
Por Edmundo Ubiratan, de Washington (D.C.) e Pasadena (CA)
Publicado em 23/01/2015, às 00h00
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