Airbus deverá anunciar em Paris o novo A321XLR com alcance superior aos 7.400 km
A American Airlines estuda adquirir os Airbus A321XLR para substituir sua frota de Boeing 757-200. O objetivo é contar com uma aeronave com capacidade e alcance similares ao do modelo atualmente em uso pela empresa em diversas rotas, inclusive internacionais de média capacidade.
A Airbus deverá apresentar oficialmente a versão de maior alcance da família A320 durante o Paris Air Show, que começa no próximo dia 17 de junho, em Le Bourget, nos arredores de Paris.
Derivado do A321LR (de longo alcance), o novo A321XRL (extra longo alcance), terá uma capacidade adicional de 500 nm (926 km), com ambos oferecendo até 220 assentos, em classe única, 200 lugares em duas classes, ou ainda, uma configuração de três cabines com até 160 passageiros.
O interesse da American Airlines ocorre logo após o empresário David Neeleman, fundador da Azul e da jetBlue, declarar nos Estados Unidos, que espera que o avião seja confirmado pela Airbus. O empresário, também sócio da portuguesa TAP Air Portugal, trabalha na criação de mais uma empresa aérea, conhecida atualmente como Moxy, e que poderá ser um dos clientes do novo A321XLR.
O A321XRL será a versão de maior alcance entre todos os atuais aviões de corredor único, podendo voar acima das 4.000 nm (7.400 km) com 200 passageiros. Em relação ao atual A321LR, o novo modelo deverá contar com uma capacidade extra de 3.000 litros de combustível, o que aumentará seu peso máximo de decolagem (MTOW) para 101 toneladas, ante as 97 toneladas do modelo anterior.
O alcance estendido permite ao A321LR voar sem escalas de Nova York para qualquer capital europeia, disputando diversas rotas do Atlântico Norte, um dos mais cobiçados mercados do mundo. A Airbus afirma que o custo operacional do A321XRL será igual ao A330neo e Boeing 787, contudo com Break-even Point (BEP) de 140 passageiros, ante os 220 necessários nos demais aviões.
O lançamento do A321XLR poderá gerar um novo mercado, substituindo não apenas os veteranos 757-200, mas também aeronaves de dois corredores em diversas rotas, oferecendo capacidade similar com menores custos operacionais.
Retirado de linha em 2005, o Boeing 757 segue sem um substituto. A Boeing planeja lançar, em 2020, uma nova família de aviões, designada como NMA (New Midsize Airplane) que deverá substituir os 767 e 757, em uma faixa intermediária de capacidade e alcance. Todavia, os atuais problemas com o 737 MAX poderão levar a uma reavaliação do projeto, que poderá ser um substituto para a família 737 e 757.
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação
Publicado em 09/06/2019, às 16h34 - Atualizado às 16h34
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