AERO Magazine
Busca

Três motores

Mais novo avião de negócios francês pousa em São Paulo

Trijato Dassault Falcon 8X está entre as mais modernas aeronaves do mundo


Os primeiros aviões destinados a participar da Labace, que será aberta na próxima terça-feira (30), começam a chegar ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Entres eles está o Dassault Falcon 8X, que foi recebido pelas equipes do aeroporto com o tradicional batismo com água.

O Falcon 8X é o maior membro da família Falcon e, segundo a Dassault, deverá oferecer a mais ampla variedade de configurações de cabine disponíveis em qualquer jato executivo.

O novo Falcon 8X tem como plataforma o reconhecido Falcon 7X, que recebeu inovações e melhorias, como cabine maior, com 1.88 m de altura, 2.34 m de largura e 13 m de comprimento. Além disso, conta com o maior alcance dos aviões do fabricante francês, com 6.450 nm (11,945 km), que o inclui no seleto segmento de aeronaves de ultralongo alcance. Embora ofereça uma capacidade superior ao 7X, o novo avião manterá boa parte da arquitetura do irmão mais velho, assim como deverá se beneficiar da extrema flexibilidade oferecida pela família Falcon.


Como é o avião?


O 8X está no segmento dos jatos de ultralongo alcance capazes de atender aos usuários do eixo Ásia-América do Norte e Ásia-Europa na medida em que supera em 925 km (500 milhas náuticas) o alcance do 7X. Com isso, a família Falcon compreende um leque de ranges entre 6.200 km (3.350 mn) e 11.945 km (6.450 mn) e ratifica que 7X e 8X vão conviver na linha, o que se deve também aos diferentes nichos nos quais se posicionam – o “veterano” 7X tem um mercado cativo, já que possui uma performance capaz de cumprir tanto missões curtas, como Rio-São Paulo, quanto longas, como São Paulo-Miami, algo raro no segmento.
Além do ganho de alcance, o 8X também estende sua cabine em relação ao 7X. Passa de 11,9 m para 13 m de comprimento e atende à lógica segundo a qual aumentar o alcance implica manter os passageiros mais tempo dentro do avião, exigindo um ambiente mais favorável a isso. Esse ganho de comprimento foi conseguido com a interseção de duas seções de fuselagem adicionais, uma à frente e outra no fim da aeronave.
Todas as opções de cabine contam com três lounges e os lavatórios dispõem de chuveiros. São mais de 30 configurações (chamadas de exóticas), além das três mais prováveis para utilizar o espaço adicional. Aumentando o conforto para os passageiros (short entryway), aumentando a área da galley e, assim, possibilitando que os tripulantes tenham uma área de descanso com a opção de deitar-se (large entryway) ou um meio termo (middle entryway). De qualquer maneira, a possibilidade de contar com até mais quatro janelas na galley já traz muita diferença para este ambiente que também é o “hall de entrada” da aeronave. Uma preocupação que a Dassault já tinha demonstrado com o inovador e agora famoso skylight do 5X.
O conforto fisiológico dos passageiros também ganha pontos com a excelente luminosidade proporcionada por suas 28 janelas, pela impressionante pressurização equivalente a 1.190 m (3.900 pés) de altitude e pela qualidade do ar 10 vezes melhor que a de um escritório normal, segundo o projeto do avião.

Por que três motores?

Além da percepção de segurança que gera conforto ao passageiro, os três motores permitem a homologação para operações em pistas mais curtas (very short runaways) e steep aproach, como em London City Airport. Isso ocorre, por exemplo, porque os cálculos de certificação levam em conta a possibilidade de uma pane de motor durante a operação de decolagem. No caso de um bijato se perderia 50% da potência e num trijato, apenas 1/3. Além disso, permite a utilização de rotas mais diretas, sobretudo nos voos transoceânicos, por conta das normas de segurança, o que significa ganho de tempo e consumo de combustível. Evidentemente, o tema é controverso, e o debate entre especialistas costuma ser acalorado.
Assine AERO: /assine 

Redação
Publicado em 26/08/2016, às 14h30 - Atualizado em 05/09/2016, às 09h12


Mais Notícias