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Autodefesa de nova geração

Japão poderá desenvolver caça de sexta geração

Caso cronograma não sofra atrasos o F-X poderá ser declarado operacional meados de 2035


O Japão poderá dar andamento ao desenvolvimento do primeiro caça furtivo do país, previsto para entrar em serviço em meados da década de 2030, como parte do programa F-X de reequipamento da sua principal força de combate.

O Ministério da Defesa japonês deverá confirmar a Mitsubishi Heavy Industries (MHI) como o principal contratante do futuro jato de combate, que deverá substituir os Mitsubishi F-2, a versão japonesa do norte-americano F-16.

O modelo deverá ser um caça de sexta geração, que deverá contar com novos sistemas e tecnologias superiores aos atuais aviões de quinta geração, como o F-22, Sukhoi Su-57 e J-20.

O caça japonês poderá estar em serviço em meados de 2035, caso o programa seja imediatamente aprovado e não ocorram atrasos em seu desenvolvimento. O modelo deverá ser a segunda tentativa do Japão em ter um caça avançado furtivo. Após ter negado o interesse em adquirir o F-22 Raptor, proibido de ser exportado pelo Congresso dos Estados Unidos, o Japão desenvolveu o experimental X-2 Shinshin, que agregava uma série de tecnologias avançadas; Apesar de ter realizado seu primeiro voo em 2016 e o modelo ter se mostrado promissor, o projeto foi considerado muito caro e cancelado.

Projeto X-2 Shinshin foi um validador de tecnologia, mas enfrentou elevado custo de desenvolvimento

O F-X japonês prevê um jato de combate stealth bimotor, que deverá incorporar parte das capacidades comprovadas pelo X-2, mas ampliando o uso de tecnologias de combate centrado em rede e a capacidade de operar em um cenário de guerra eletrônica.

O Japão suspendeu os planos de desenvolver localmente um avião de quinta geração, passando para estudo para um projeto mais inovador, dentro do conceito teórico de caças de sexta geração. Por ora, o país optou por encomendar 63 caças norte-americanos F-35A e 42 F-35B, desenvolvidos pela Lockheed Martin. A intenção é modernizar a frota das forças de auto-defesa com uma aeronave já operacional e com menores riscos e custos em sua implementação.

Os F-35B deverão ser utilizados a bordo do dois porta-helicópteros da classe Izumo, ampliando de forma considerável as capacidades de ataque da marinha. Todavia, o Japão não poderia operar aeronaves de asa fixa embarcadas, visto o potencial de atacar seus oponentes. O país é um dos únicos do mundo, ao lado do Brasil, que constitucionalmente não pode atacar um adversário antes de ser agredido.

Ainda assim, o Japão tem ampliado sua capacidade militar, especialmente diante da ameaça militar apresentada pela China e Coreia do Norte.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 04/09/2020, às 09h00 - Atualizado às 10h06


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