AERO Magazine
Busca

O mistério continua

Investigadores do voo MH370 exigem rastreamento mais intenso de aviões

Australianos consideram 'inadmissível e socialmente inaceitável' desconhecer o destino dos passageiros do voo da Malaysia Airlines




As buscas pelo Boeing 777 da Malaysia Airlines foram abandonadas em janeiro. O desaparecimento de seu  Voo MH370 alertou a indústria aeronáutica a adotar sistemas de rastreamento capazes de fornecer um fluxo de informações constantes e atualizadas sobre a posição de cada aeronave com uma frequência ainda superior aos padrões propostos pela ICAO.  

No relatório final (440 páginas) sobre o desaparecimento do Boeing 777-200ER (9M-MRO), o Conselho Australiano de Segurança dos Transportes (ATSB) afirma que a proposta do ICAO pode não permitir aos investigadores localizar a aeronave em questão. 

“Embora tenham ocorrido melhorias indiscutíveis no rastreamento de aviões comerciais nos últimos anos, ainda existe lugar para aprimoramentos. O intervalo de 15 minutos para o posicionamento, exigido pelo ICAO, pode não reduzir o potencial da área de buscas o suficiente para garantir que os sobreviventes e os destroços sejam localizados em um intervalo razoável de tempo”, afirma a ATSB. 

O órgão ainda recorre à indústria aeroespacial e operadores a explorar maneiras para o rastreamento rápido – possivelmente automático – da posição das aeronaves em âmbito global, nas frotas existentes ou futuras.

A ATSB lembra que os regulamentos do ICAO não oferecem normas para a inclusão de informações – em certos processos de busca – nas fases subsequentes da investigação de um acidente – e sem sua divulgação limita as pesquisas na determinação dos fatores que ajudam ou impedem o processo adotado para do processo adotado para a localização da aeronave/passageiros.

Custos das buscas

A ATSB informa que, desde junho de 2017, a procura pelo MH370 custou US$ 155 milhões, incluindo US$ 134 milhões para operações submersas,  US$ 15,5 milhões para a batimetria, US$ 5 milhões para a gestão do programa e US$700 mil para outros programas. 

A Malásia arcou com 58% dos US$ 155 milhões; o restante foi dividido entre Austrália (32%) e a China (10%). Para a ATSB,”o intervalo de 15 minutos estabelecido pelo ICAO não é suficiente na redução da área de buscas”.

“Os motivos que causaram a perda do MH370 ainda não podem ser estabelecidos até que os restos da aeronave sejam encontrados”, afirma a agência. É quase inconcebível e certamente inaceitável socialmente na era moderna da aviação – com o transporte diário comercial de 10 milhões de passageiros – que uma aeronave comercial simplesmente desapareça e o mundo não tenha certeza do que aconteceu com ela e  seus passageiros”. 

As buscas reduziram em muito o número de locais prováveis de localização do MH370. O Boeing 777 desapareceu em 8 de março de 2014, na rota Kuala Lumpur a Beijing com 239 passageiros e tripulantes a bordo. As buscas foram oficialmente suspensas em 17 de janeiro de 2017.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 23/10/2017, às 09h23 - Atualizado em 25/10/2017, às 09h44


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