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Era da iniciativa privada

Governo leiloa de 22 aeroportos e cofres públicos vão receber R$ 3,3 bi

Ágio passou de 9.000% e foram concedidos em três blocos terminais estratégicos e também regionais


Aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, foi um dos 22 concedidos na manhã de hoje

O governo brasileiro realizou com sucesso a concessão de 22 aeroportos, localizados doze estados, com arrecadação total de R$ 3,3 bilhões em outorgas e o ágil total do negócio superou os 9.000%, visto que o mínimo esperado era R$ 185 milhões.

O leilão foi realizado na B3, a bolsa de valores de São Paulo, e além do valor de outorgas, ainda deverá gerar R$ 6 bilhões em investimentos diretos ao longo do contrato de trinta anos de concessão.

Conforme ressaltou o Tarcisio Freitas, ministro de infraestrutura, o certamente obteve considerável atenção de investidores, mesmo em um momento de retração do transporte aéreo em todo o mundo. “Muitas pessoas disseram que éramos loucos de fazer um leilão no meio da pandemia e num dos setores mais afetados [aeroportos]. Mas tínhamos de aproveitar o excesso de liquidez que existe no mundo", destacou o ministro. "No futuro, teremos de disputar esses recursos, porque outros países também vão apostar em infraestrutura. Então decidimos sair na frente”.

A concorrência foi feita pela Anac e contemplou três blocos, divididos entre as regiões Norte, Sul e Central.

Sete consórcios participaram do certame, mas a maior vencedora foi a CCR, que ficou com dois dos três blocos ofertados. A empresa participou do negócio através de sua subsidiária Companhia de Participação de Concessões, arrematando o bloco Sul, por R$ 2,1 bilhões, e o lote Central, por R$ 754 milhões, respectivamente com ágio de 1.534% e 9.156% em relação aos lances mínimos.

A francesa Vinci Airports ficou com o bloco Norte, pagando R$ 420 milhões, um ágio de 777% sobre o preço mínimo. “Estamos satisfeitos com o resultado do leilão. Demos um passo importante para o trabalho que estamos desenvolvendo no Brasil”, comentou Nicolas Notebaert, presidente da Vinci Airports, em transmissão online.

O ministro de infraestrutura Tarcisio Freitas durante certame realizado na B3, a bolsa de valores de São Paulo

Considerado um dos últimos leilões de aeroportos no país, iniciado ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff, o governo ofereceu lotes com aeroportos estratégicos, como Manaus, Curitiba, Goiânia e Petrolina, aliado a grupo de aeroportos regionais e secundários.

A intenção era viabilizar a entrega para iniciativa privada de terminais menos atraentes do ponto de vista de movimento, mas que são fundamentais para o transporte aéreo nacional e que não teriam como ser custeados de forma isolada pelo Estado.

O bloco Norte foi comporto pelos aeroportos de Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM), Tefé (AM) e Boa Vista (RR).

No bloco Sul foram concedido Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Londrina (PR), Joinville (SC), Bacacheri (PR), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS).

Por fim, o bloco Central abrangia tanto aeroportos do Centro-Oeste como Nordeste, incluindo Goiânia (GO), São Luís (MA), Teresina (PI), Palmas (TO), Petrolina (PE) e Imperatriz (MA).

Ao todo os 22 aeroportos movimentam aproximadamente 24 milhões de passageiros por ano, número considerado atraente na compra em blocos, gerando ganho de escala para os operadores.

Segundo o Ministério de Infraestrutura os investimentos investidos previstos são de R$ 2,85 bilhões no bloco Sul, R$ 1,8 bilhão no Central e R$ 1,4 bilhão no Norte.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 07/04/2021, às 10h40 - Atualizado às 15h36