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Grau de riscos substanciais

Gol tem nota de crédito cortada por agência de risco

Agência de risco Fitch considera investimento da holding Abra, controladora da Gol uma troca forçada de dívida


Parte do investimento da Abra será utilizado na modernização da frota - Guilherme Amâncio
Parte do investimento da Abra será utilizado na modernização da frota - Guilherme Amâncio

A agência de risco Fitch anunciou ontem (10), o corte da nota de crédito da Gol Linhas Aéreas de ‘B-’ para ‘C’, rebaixando a empresa para o grau de riscos substanciais. O anúncio ocorre após a reclassificação da Azul, onde fontes nos bastidores apontam a contratação consultoria para possível reestruturação financeira.

Citando uma perspectiva negativa, a agência de risco considera o compromisso de investimento firmado entre a Gol e o Grupo Abra, holding criada entre a companhia brasileira e a Avianca, uma troca forçada de dívida (Distressed Debt Exchange – DDE, na sigla em inglês).

A Abra se comprometeu em emitir um mínimo de US$ 1 bilhão em títulos de dívida (bonds) com vencimento em 2028, além da injeção de capital no valor de US$ 400 milhões diretamente na Gol. Os recursos serão utilizados com finalidades corporativas em geral, para a modernização da frota e para o gerenciamento de obrigações.

"A proposta de refinanciamento deverá resultar em alteração material nos termos de subordinação estrutural e no cancelamento de covenants para os detentores de bonds que não a aceitarem. A proposta inclui diferentes níveis de descontos (haircuts) nos bonds da Gol, que ficariam mais alinhados às tendências atuais de preço do mercado, e depende de uma aprovação mínima de investidores e de consenso para eliminar covenants", diz a Fitch em comunicado.

Ainda assim, a agência avalia que a queda dos gastos com combustível, aliada ao corte nos custos da companhia deve melhorar o fluxo de caixa da Gol em 2023. A Fitch acredita que lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) da Gol deve ser de R$ 2,3 bilhões em 2022 e R$ 4,4 bilhões em 2023, frente resultados negativos registrados em 2020 e 2021.

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Por Wesley Lichmann
Publicado em 11/02/2023, às 12h35


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