Ao assumir como CEO da Electra AERO, B. Mark Allen, ex-Boeing promete inovação na indústria aeronáutica
O ex-executivo da Boeing, B. Mark Allen, assumiu como CEO da Electra, uma start-up voltada para o desenvolvimento de aeronaves leves de propulsão híbrida-elétrica. O anúncio realizado na última sexta-feira confirmou também a saída de John Langford, o fundador da companhia, do cargo de CEO, passando a atuar como conselheiro.
Allen ocupou diversos cargos de liderança na Boeing entre 2007 e 2023, assumindo agora o desafio de conduzir a Electra no desenvolvimento de uma nova aeronave híbrida com capacidade de operar em pistas extremamente curtas, com aproximadamente 45 metros.
O novo avião será certificado dentro das regras do Part 23 da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unido, sendo voltado para operadores sub-regionais e empresas especializadas em operações de asas rotativas.
No final do ano passado a Electra realizou o primeiro voo híbrido-elétrico de um demonstrador com capacidade de operar em pistas extremamente curtas, o EL-2 Goldfinch. Em maio, o avião operou em uma pista com apenas 52 metros e dois meses depois pousou em uma pista de grama com 91 metros de extensão. Embora seja, por ora, um demonstrador, a empresa busca certificar e introduzir seu primeiro avião comercialmente até 2028.
Um dos desafios de Allen será conduzir a Electra no processo de desenvolvimento do avião, assim como sua certificação final junto a FAA. Ao longo de sua carreira na Boeing, esteve a frente do processo de fusão da divisão comercial da Embraer, onde foi presidente do Boeing’s Embraer Partnership, que foi encerrado após a paralisão do mundo diante da pandemia em 2020. Antes, liderou a divisão comercial da Boeing na China, além de ter sido diretor de estratégia da Boeing e vice-presidente sênior de estratégia e desenvolvimento corporativo. Mais recentemente, foi responsável pelas atividades de investimentos estratégicos e aquisições, incluindo aquisição da start-up especializada em eVTOL Wisk Aero em 2023.
Segundo a Electra, o executivo foi atraído pela empresa graças a seu projeto inovador de propulsor, que permite o avião decolar em pistas muito curtas e com velocidade extremamente baixa. Além disso, a arquitetura do projeto, que conta com uso de sustentação assistida por sopro, onde o ar sobre a asa é direcionado para os flaps e ailerons que o forçam para baixo, amplificando a sustentação.
O projeto, segundo a Electra, conta com mais de 2.000 pedidos de clientes como a Bristow, JSX e JetSetGo, além de ter despertado o interesse da NASA pelo conceito aerodinâmico.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/09/2024, às 17h00
