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Efeito moral e político

EUA querem armar drone com laser e bombas de fedor

Objetivo é tornar equipamento menos letal e ampliar seu uso em áreas urbanas


Drone MA-1 predator

Aeronaves não tripuladas são amplamente utilizadas para destruir ameaças, causando forte impacto na opinião popular

Os Estados Unidos avaliam armar seus drones com armas não letais incluindo armas de micro-ondas, laser de baixa frequência e granadas com odor de carne podre. A intenção é ampliar as opções de emprego das aeronaves não tripuladas.

Atualmente os drones são utilizados para coleta de dados de inteligência ou força letal, com pouca ou nenhuma efetividade em cenários urbanos, como dispersão de multidões, neutralização de ameaças de baixo potencial, entre outros.

As novas armas de efeito moral e psicológico permitirão as forças armadas atuarem de forma menos radical, mesmo contra alvos procurados. Atualmente os Estados Unidos utilizam seus aviões não tripulados como uma arma letal, não permitindo levar para julgamento foragidos da justiça.

As cenas de explosões e corpos mutilados têm um forte impacto na opinião pública, especialmente quando acontecem em fronteiras de países que sequer autorizaram o ingresso do drone em seu território, causando problemas diplomáticos diversos. Caso seja possível neutralizar a ameaça e leva-la a julgamento, espera-se que será possível encontrar um ponto de equilíbrio entre a ação militar e a punição de um terrorista.

Uma das principais armas do arsenal modernos dos Estados Unidos, os drones passaram a ser utilizados em centenas de missões de alta letalidade nos últimos anos. O auge do emprego de drones para aniquilar inimigos distantes da fronteira do país ocorreu na gestão do presidente Obama, que conduziu uma caçada a grupo guerrilheiros e terroristas ao redor do mundo.

O Pentágono espera criar também um arsenal de pequenos drones, que possam ser usados de forma pontual, contra ações de ataque cibernético, captura de foragidos, militantes patrocinados por Estados rivais, entre outros. Equipados com armas não letais, os equipamentos podem ajudar a estabelecer missões militares sem comprometer a estabilidade política e diplomática. A intenção é incapacitar momentaneamente o alvo, para uma posterior captura ou apenas para dispensar grupos radicais ou protestos violentos.

Outro potencial uso é de armas de energia dirigida, como laser, ondas eletromagnéticas ou micro-ondas, que possam danificar equipamentos eletrônicos como computadores, drones, radares, entre outros. Neste caso, o alvo é prioritariamente grupos de hackers em atividades de guerra cibernética ou ataque com drones as instalações estratégicas, governamentais ou militares.

A proposta ainda inclui a capacidade de disparo de mensagens de texto para dispositivos eletrônicos, como telefones, como alerta visando desencorajar pessoas e grupos de manifestantes a mudarem seu caminho ou permanecerem em áreas designadas. Este caso já existe um sistema similar utilizado em rodovias dos Estados Unidos, que emitem alertas via SMS para avisar sobre sequestro de crianças e riscos eminentes.

O uso de armas de elevada energia, como laser, dependeram da capacidade de direcionar pequenos feixes de energia contra alvos de forma rápida e eficaz. O objetivo é construir equipamentos leves e portáteis, que não exijam sistemas de resfriamento complexos e pesados. Assim como evita a necessidade de grandes geradores de energia elétrica.

Os equipamentos deverão ter custo relativamente baixos, visto que os requerimentos preveem limitação para o valor unitário, que deve ficar sem abaixo da cada do milhão de dólar. Atualmente drones sofisticados custam dezenas de milhões de dólares, enquanto suas armas centenas de milhares de dólares.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/03/2021, às 15h00 - Atualizado às 15h30


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