Empresa árabe estuda substituir pedido atual em favor do A350 XWB
A Emirates Airline estuda a viabilidade de converter as atuais encomendas para o Airbus A380 em pedidos para o A350 XWB, o que coloca em duvidas o futuro do superjumbo da Airbus.
O A380 foi anunciado no final da década de 1990 como o futuro do transporte aéreo, oferecendo grande capacidade, aliado a capacidade de ultralongo alcance e com conforto inimaginável para seus concorrentes, como o Boeing 747-400. Porém, após 20 anos o programa não se viabilizou. Ainda que o A380 esteja entre os mais sofisticados aviões da atualidade, seu elevado custo e a demanda limitada por seu espaço e conforto, tornou o projeto pouco atraente para a maioria das empresas aéreas do mundo.
A Emirates atualmente é a maior operadora do A380, com mais de 100 aviões em serviço, que atende suas principais rotas de longo curso. A empresa árabe em parceria com a Airbus vem se esforçando para manter seus pedidos e a viabilidade do modelo, visando não apenas justificar sua operação, mas também permitir que a linha de montagem continue ativa.
Em 2018 a Emirates formalizou um novo pedido para mais 36 aviões do modelo, com valor estimado em US$ 16 bilhões, o que permitiria manter a linha de produção ativa por mais 3 ou 4 anos. O impasse entre a Rolls-Royce e a Emirates, referente ao consumo de combustível dos motores Trent 900, que devem equipar os novos aviões encomendados, tem atrasado o andamento das entregas.
O maior entrave é que nenhuma outra companhia aérea se interessou pelo modelo, em especial as empresas dos Estados Unidos, que não possuem nenhum pedido para o avião que deveria ser o carro chefe da frota. A British Airways recentemente demonstrou interesse em ampliar a frota do modelo, mas o pedido não deverá ser expressivo para manter o programa ativo por uma década. Airbus embora não comente oficialmente, poderá encerrar a produção do modelo por falta de novos pedidos. A análise da Emirates pelo irmão menor, o A350, poderá acelerar o processo.
Segundo matéria da agencia Reuters, o fabricante está olhando “extremamente a sério” a criação de um cronograma de desligamento do programa A380.
O pedido para o A350 poderá representar um novo capítulo para a Airbus, que sofrerá menores pressões diante do encerramento da produção do A380, ao mesmo tempo que recoloca a Emirates na lista de clientes do bimotor. Após alguns impasses em 2014, a Emirates oficializou o cancelamento do pedido do A350 XWB, focando seu plano de frota no A380 e no Boeing 777, incluindo uma das maiores encomendas realizada para o 777-9X.
Para a Rolls-Royce um pedido para o A350 representaria o fim de uma disputa em relação ao desempenho dos motores Trent 900, ao mesmo tempo que garante um pedido para a família Trent XWB, que equipa do A350.
Do outro lado do Atlântico, um eventual fim da linha do A380 representa uma oportunidade para o 777-9X em diversos mercados hoje operados pelo quadrimotor europeu.
Recentemente os dois primeiros A380 foram sucateados. Mesmo tendo apenas 10 anos de uso não encontraram interessados no mercado de usados.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 04/02/2019, às 17h42 - Atualizado às 18h02
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