Air India, Qatar e Air Canada operam as rotas mais longas do mundo com o Boeing 777-200LR
As rotas comerciais mais longas do mundo utilizando o Boeing 777 são atualmente operadas por Air India, Air Canada e Qatar Airways, em trajetos que superam 7.000 milhas náuticas (12.960 km) e se aproximam de 14 horas de voo.
A rota entre Bengaluru, na Índia e San Francisco, nos Estados Unidos, operada pela Air India, lidera o ranking, com 8.691 milhas náuticas (16.095 km), sendo realizada pelo Boeing 777-200LR, a versão de ultralongo alcance.
O Boeing 777-200LR foi lançado em 2006 para voos de muito longa distância — acima de 15 mil quilômetros — e ainda está em uso por algumas companhias, mesmo com a chegada de modelos mais modernos. Ele é capaz de fazer viagens diretas entre cidades muito distantes, como entre Índia e Estados Unidos, ou entre o Catar e o Brasil, sem escalas.
Por operarem em rotas tão longas, as companhias aéreas geralmente escolhem configurações de cabine que equilibram conforto e número de assentos. A Qatar Airways, por exemplo, usa sete unidades do 777-200LR em duas versões. Uma tem assentos de primeira classe que viram camas (em fileiras de dois a dois), e a outra conta com as luxuosas QSuites, que oferecem mais privacidade e portas deslizantes.
Outras empresas também apostam em conforto. A Air Canada usa poltronas chamadas Super Diamond, enquanto a Air India adota suítes individuais conhecidas como Vantage XL. Na classe econômica, o espaço entre os assentos gira em torno de 80 centímetros.
A experiência a bordo envolve muito mais do que o assento. Conexão Wi-Fi, refeições e pequenos mimos fazem diferença em voos que duram mais de 15 horas. A Qatar oferece internet ilimitada por cerca de R$ 57 e kits de conforto para todos os passageiros. As três companhias citadas servem várias refeições, planejadas conforme o perfil de cada rota.
Embora novos aviões estejam chegando, o 777-200LR ainda tem papel estratégico. A Air India vai aos poucos trocá-lo pelo novo 777-9. A Qatar escolheu o 777-8, futuro avião de maior alcance do mundo. Já a Air Canada comprou o A350-1000, que leva mais passageiros, embora voe um pouco menos longe.
Mesmo fora de produção, a chamada “família clássica” do 777 — com modelos como o 777-200, -200ER, -300 e -300ER — segue presente nas frotas de várias empresas pelo mundo. A Boeing afirma que o 777-200LR ainda entrega desempenho confiável em rotas cruciais, onde poucas aeronaves conseguem operar.
A previsão é que, até o fim da década, os novos 777 de nova geração abram espaço para mais rotas intercontinentais diretas, substituindo modelos como o A380 e os Boeing 747 mais antigos.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 02/05/2025, às 09h29