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Paralisação no governo dos EUA cancela centenas de voos pelo país

A FAA iniciou cortes graduais de voos em 40 aeroportos dos EUA devido à falta de controladores de tráfego aéreo durante o feriado de Ação de Graças

JFK Airport — Paralisação do governo americano mantém sobrecarga de controladores e leva à redução de até 20% nas operações aéreas em grandes aeroportos - Divulgação

O Departamento de Transportes dos Estados Unidos fez um alerta para possíveis atrasos e cancelamentos significativos durante o feriado de Ação de Graças, no próximo dia 27 de novembro, em razão da escassez de controladores de tráfego aéreo.

Mesmo com a expectativa de fim do shutdown parcial do governo para os próximos dias, a situação operacional deve continuar crítica ao longo da semana, informou Sean Duffy, secretário de Transportes norte-americano.

Reduções graduais de voos

A agência federal de aviação dos Estados Unidos (FAA) iniciou a redução do número de operações em quarenta dos aeroportos mais movimentados do país. As limitações, implementadas no 38.º dia do shutdown do governo — o mais longo da história dos EUA —, preveem corte inicial de 4% nas decolagens e pousos, podendo chegar a 10% até a próxima semana. Em caso de agravamento, a medida pode alcançar até 20% em alguns terminais.

Entre os aeroportos afetados estão Chicago (ORD), Atlanta, Miami e os três principais da região de Nova York: JFK, Newark e LaGuardia.

Fadiga e sobrecarga entre controladores

Segundo Bryan Bedford, administrador da FAA, as restrições são uma resposta à fadiga generalizada entre os controladores, que seguem trabalhando sem remuneração desde o início da paralisação. A falta de pessoal já era um desafio antes do shutdown do governo, e o acúmulo de turnos agravou o cenário.

Já Nick Daniels, presidente da Associação Nacional dos Controladores de Tráfego Aéreo, destacou que muitos profissionais enfrentam dificuldades básicas para comparecer ao trabalho, após mais de trinta dias sem pagamento.

Impactos logísticos e econômicos

Além dos atrasos em viagens, o setor logístico também deve sentir os efeitos. Segundo Patrick Penfield, professor da Universidade de Syracuse, entre 40% e 50% da carga aérea nos Estados Unidos é transportada no compartimento inferior de aeronaves comerciais. A redução da malha pode elevar custos de frete e comprometer o reabastecimento de produtos durante o período de alta demanda de fim de ano.

Perspectiva

O Departamento de Transportes disse que as restrições serão retiradas gradualmente conforme o retorno dos controladores ao trabalho. Contudo, autoridades preveem que o equilíbrio operacional completo só deve ser retomado após o término do feriado.