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Fim de uma era

Cinco anos após ser fabricado, Boeing entrega o último 777-300ER

Avião pode ter sido o último entregue em pouco mais de 20 anos, encerrando um dos mais importantes ciclos da Boeing


Boeing/Divulgação
Boeing/Divulgação

Diante do anúncio das entregas de 2024, no qual a Boeing contabilizou 348 aeronaves comerciais, chama a atenção para a entrega de um Boeing 777-300ER, fabricado há cinco anos, podendo ser o último do tipo entregue. 

A aeronave em questão (MSN 65420/1641), passou a compor a frota da Ethiopian Airlines (ET-BBG) em 10 de dezembro de 2024, entretanto, o avião é oriundo de um pedido inicial da chinesa Southern Airlines. O avião chegou a receber a identidade visual da Southern, mas sequer foi entregue nos seus cinco anos de existência.

Acredita-se, que a pandemia do coronavírus pode ter sido um dos fatores para a não entrega da aeronave, ficando estocada no aeroporto de Victorville, conhecido pela sua logística de armazenamento de aeronaves no deserto, bem como conta com um centro de manutenção da própria Boeing. 

Além da pandemia, a Boeing também enfrentou problemas na cadeia de produção do 737 MAX e do 787 Dreamliner, resultando em uma grande crise interna, impactando diretamente nas linhas de produção e na confiabilidade do fabricante. Com isso, muitas aeronaves novas de fábrica acabaram mudando de operadores, seja por desistência ou fatores financeiros diante da crise mundial da pandemia.  

Curiosamente, antes da entrega no mês de dezembro, o último 777-300ER entregue foi em abril de 2022, um hiato de 20 meses, dando espaço para a versão cargueira 77F e o 777X. Foram 833 unidades entregues -300ER durante 2 décadas, demonstrando o sucesso do modelo no segmento de longo alcance.

Por falar no 777X, a Boeing enfrenta desafios e atrasos no cronograma de certificação e entrega do modelo, causados por problemas técnicos, mudanças regulatórias e impactos da pandemia.

Projetado como uma evolução do 777, o 777X promete maior eficiência, alcance estendido e inovações como asas dobráveis e novos motores GE9X. Apesar das dificuldades, a nova versão do Triple Seven continua sendo uma aposta importante da Boeing para competir no mercado de aeronaves de longa distância frente ao Airbus A350.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 15/01/2025, às 19h32


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