China autoriza retomada de negócios com a Boeing após suspensão de tarifas com os EUA
O governo chinês autorizou companhias aéreas nacionais a retomarem negociações com fabricantes aeronáuticos dos Estados Unidos, abrindo caminho para a entrega de aviões da Boeing previamente encomendados.
A decisão ocorre após a suspensão mútua da escalada tarifária entre China e EUA. De acordo com fontes ouvidas pela agência Bloomberg, que também havia reportado o bloqueio comercial em abril, a flexibilização das restrições comerciais já foi comunicada a diversas empresas do setor.
A medida impacta diretamente companhias como Juneyao Airlines e Xiamen Airlines, que haviam devolvido aeronaves aos Estados Unidos após impasses logísticos no centro de finalização da Boeing em Zhoushan, próximo a Xangai.
Durante o período de bloqueio, a Boeing procurava novos compradores para aeronaves concluídas ou em produção destinadas ao mercado chinês. A fabricante, no entanto, não confirmou o estágio dessas negociações. Agora, com o novo cenário, pelo menos dez 737 MAX podem ser entregues a companhias como China Southern Airlines, Air China e a própria Xiamen Airlines nos próximos meses.
O alívio comercial é reflexo de um acordo firmado entre os dois países em Genebra, que prevê a redução das tarifas de importação. Os Estados Unidos cortarão as tarifas de 145% para 30% sobre produtos chineses, enquanto a China reduzirá de 125% para 10% as tarifas sobre determinados bens norte-americanos.
Em declaração conjunta, os governos de Pequim e Washington reconheceram “a importância da relação econômica e comercial bilateral para ambos os países e para a economia global”, e se comprometeram com uma parceria “sustentável, de longo prazo e mutuamente benéfica”.
Apesar da sinalização positiva, analistas ainda avaliam com cautela os impactos concretos do novo acordo sobre o setor aéreo e demais segmentos comerciais envolvidos.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 13/05/2025, às 09h02
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