Boeing fez última proposta salarial para tentar encerrar uma greve que já dura dez dias
A Boeing anunciou, na última segunda-feira (23), o que o fabricante chamou de 'oferta final' para os operários em greve desde o último dia 13 de setembro, que inclui aumentos salariais e bônus maiores.
A proposta, entretanto, foi considerada insatisfatória pelo sindicato dos trabalhadores, que afirmou que não haverá votação de ratificação antes do prazo estabelecido pela empresa, que termina no próximo final da semana. A categoria criticou a Boeing por divulgar a proposta aos 33.000 trabalhadores em greve sem antes negociar com os representantes sindicais.
A nova proposta inclui aumentos salariais de 30% ao longo de quatro anos, em comparação aos 25% da primeira oferta, rejeitada no início do mês. O sindicato havia solicitado inicialmente 40% de aumento em três anos.
Em meio ao movimento, a Boeing começou a colocar funcionários não sindicalizados em licença não remunerada para reduzir custos e está pressionando os grevistas. Eles receberam seus últimos salários na semana passada e perderão o plano de saúde no final do mês.
O movimento grevista, o primeiro desde 2008, começou depois quetrabalhadores da região de Seattle e do Oregon votaram 94,6% contra um acordo provisório apresentado pelo fabricante e pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais. A votação mostrou 96% de apoio à greve, superando os dois terços necessários para a paralisação.
A votação também um revés para o novo CEO Kelly Ortberg, que havia pedido aos trabalhadores que aceitassem o contrato para não comprometer a recuperação da empresa.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 24/09/2024, às 08h56