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Episódio recente envolveu A380 e jato de negócio

Agência europeia emite alerta sobre riscos de esteiras de turbulência de superjumbos

Easa lembrou que o fenômeno, provocado por vórtices formados nas asas dos aviões pesados, pode se estender a até 25 milhas náutica em elevadas altitudes de cruzeiro


Não é de hoje que os perigos de voar uma aeronave de porte médio ou leve atrás de uma aeronave pesada, como o Boeing 747 ou, principalmente, o superjumbo Airbus A380, sem observar distâncias mínimas, pode ser perigoso.

Os minivórtices que se formam nas pontas das asas dos grandes jatos se propagam – sem serem detectados – a quilômetros de distância, podendo causar uma turbulência violenta em aeronaves mais leves, que voam a distâncias inferiores às recomendadas pelos órgãos de regulação.

Para um Airbus A380 ou Boeing 747, a distância que deve ser mantida por um dos novos A350 ou Boeing 787, por exemplo, é de 6 mn (11,1 km). No caso de uma aeronave leve, a distância sobre para 8 mn (14,8 km).

Diante do incidente recente envolvendo um jato de negócios Bombardier Challenger 604, voando a 34.000 pés (10.370 m), que sofreu danos irreparáveis em sua estrutura e ferimentos sérios em dois passageiros a 12 mn de distância da passagem sobre eles de um Airbus A380, a Agência Europeia de Segurança de Voo (Easa) emitiu mais um boletim de alerta sobre o assunto, embora não houvesse por parte da tripulação das duas aeronaves qualquer desvio nas normas de segurança.

A separação vertical de 1.000 pés foi mantida e, mesmo assim, o Challenger – apanhado de surpresa – entrou em um parafuso, perdendo altitude antes de sua recuperação com danos permanentes em sua estrutura.

Na nota, a Easa lembrou que, a grandes altitudes de cruzeiro, a perigosa esteira de turbulência, gerada por vórtices dos aviões pesados, podem se estender a até 25 mn, sendo mais comum a distâncias de 15 mn. Mesmo que um superjumbo como o A380 passe acima e observando os 1.000 pés de separação vertical com relação a um “medium” ou um “light”.

Ao que parece o comportamento das turbulências em níveis mais elevados de cruzeiro merece um reexame.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 19/07/2017, às 14h36 - Atualizado às 15h26


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