Mobilização de aeronaves privadas mostra a importância do setor em tragédias climáticas, mesmo diante de discussões sobre tributação
Considerada uma das maiores tragédias climáticas da história do Rio Grande do Sul, as fortes chuvas devastaram o estado, afetando pelo menos 300 municípios e isolando várias cidades. Em resposta, aeronaves privadas se mobilizaram para auxiliar as equipes de resgate e ação humanitária, transportando mantimentos e pacientes de regiões inacessíveis para áreas onde podem receber ajuda médica.
Desde o início da semana, empresários de diferentes setores têm deslocado suas aeronaves para ajudar no transporte de suprimentos, como roupas, colchões, água, medicamentos e alimentos, para regiões isoladas e acessíveis apenas por via aérea. Helicópteros, aviões leves e jatos executivos de grande porte têm desempenhado um papel crucial no atendimento a essas comunidades.
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Imagens compartilhadas nas redes sociais ilustram aeronaves privadas chegando a áreas isoladas, carregadas com itens doados pela população. Essa solidariedade destaca a importância da aviação privada em ações de emergência, solidificando a tradição de apoio em tragédias no Brasil.
Apesar dessas operações, a questão da tributação sobre aeronaves privadas está sendo discutida. De acordo com um estudo do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, a cobrança de IPVA para aeronaves e barcos pode gerar uma arrecadação de até R$ 10 bilhões por ano. No entanto, esse aumento de impostos pode desencorajar o uso de aeronaves como ferramentas de trabalho e resgate.
Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional, disse: “A tributação apresenta um bom potencial arrecadatório, além de estar alinhada aos ideais de justiça fiscal e contribuir para minimizar os impactos ao meio ambiente”. No entanto, empresários e pilotos do setor argumentam que a medida pode prejudicar a capacidade de mobilização em futuras tragédias.
Por Micael Rocha
Publicado em 05/05/2024, às 13h16
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