USAF avalia capacidade de transporte expandida de mísseis no B-1B Lancer
Por Gabriel Benevides Publicado em 30/11/2020, às 13h00 - Atualizado às 16h47
Uso de armas hipersônicas promete ampliar a capacidade de dissuasão dos Estados Unidos
A força aérea dos Estados Unidos (USAF) realizou uma bateria de testes para avaliar a capacidade operacional de transporte externo de armas hipersônicas no bombardeiro estratégico B-1B Lancer. Os testes foram realizados na base aérea Edwards, na Califórnia, na última terça-feira (24).
Os militares planejam ampliar a capacidade multimissão dos bombardeiros B-1B, permitindo seu emprego em uma série de novos cenários de guerra previstos para as próximas décadas. O avião será passando por uma revisão de engenharia e de estratégia dentro da USAF para compreender as novas capacidades do bombardeiro.
A USAF planeja uma segunda bateria de testes para aumentar o leque de integração de futuras armas no B-1B, que foi projetado para atuar em missões de penetração nuclear, mas com o final da Guerra Fria assumiu outras funções como, por exemplo, o uso de armamento convencional e de precisão.
Atualmente a força aérea planeja o uso de armas hipersônicas, incluindo modelos que possam ser transportados externamente, em geral por suas maiores dimensões. O B-1B é um avião supersônico, capaz de voar a baixa altitude em território inimigo, evitando assim a defesa aérea sem o uso de características furtivas como aeronaves de quinta geração.
“Adaptar um pequeno número de nossos B-1s mais novos para carregar armas hipersônicas é vital para fazer a ponte entre a força de bombardeiros que temos hoje e a força de amanhã”, explicou o general Tim Ray, comandante do Comando de Ataque Global da Força Aérea. “Este é um grande passo em nossa capacidade global de disparos de precisão e é importante buscarmos essas tecnologias para permanecer à frente de nossos rivais”, acrescentou o general.
Rumores indicam que esta revisão do B1-B Lancer é uma resposta dos Estados Unidos frente as potências militares da Rússia e China, que estão empregando novos misseis hipersônicos Zircon, Kinzhal e DF-ZF. Com velocidades que superam Mach 5, estas armas oferecem uma capacidade de ataque superior, com baixa probabilidade de serem interceptadas pelos escudos antimísseis dos Estados Unidos.
A intenção da USAF é oferecer a mesma capacidade de ataque aos Estados Unidos, impedindo que seus principais rivais tenham tempo de resposta em caso de um conflito armado.