Universidade Federal de Santa Maria ganhou dois aviões militares da FAB que serão usados em cursos de engenharia
Por André Magalhães Publicado em 08/07/2022, às 12h15
A Força Aérea Brasileira irá doar duas aeronaves para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, que serão usadas como plataforma de estudo para alunos de engenharia.
Os aviões, um A-1 AMX e C-95 Bandeirante, serão empregados principalmente pelos cursos nas áreas de engenharias aeroespacial e de telecomunicações. A doação de aeronaves retiradas de serviço para universidades é uma tradição no Brasil, inclusive no passado sendo feito também por empresas aéreas.
A UFSM está construindo um hagar especial para receber os aviões. O espaço terá aproximadamente 40 metros de comprimento por 25 metros de largura, e altura de seis metros. Além disso, terá uma grande porta para a movimentacão dos aviões.
O espaço também irá contar com um túnel de vento, utilizado para estudos avançados de de aerodinâmica, dentre outros.
Além dos aviões, também foi solicitado à FAB peças e parte de aviões estocadas no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo, que serão complementares no ensino aplicado, indo de conceitos básicos até estudos avançados de materiais, projeto, entre outros.
Os alunos poderão estudar em detalhes os aviões, podendo desmontar e montar as aeronaves, lidar com todos os sistemas embarcados, incluindo parte de motorização.
Tanto o A-1 AMX quanto o C-95 Bandeirante são marcos da Embraer, e da própria indústria aeroespacial brasileira. O Bandeirante foi o primeiro avião produzido pela Embraer, sendo fruto de pesquisas acadêmicas e que voou pela primeira vez em 1968, ainda como um protótipo em fase inicial de conceitos. O C-95 Bandeirante voou pela FAB apenas em 1973, sendo um dos principais modelos da aviação de transporte desde então.
Já o caça A-1 AMX foi um trabalho binacional entre a Embraer e as italianas Aeritalia e Aermacchi, se tornando o primeiro avião avançado e a jato desenvolvido (parcialmente) no Brasil.
Tanto o C-95 Bandeirante quanto o A-1 AMX ainda estão na ativa na FAB, inclusive com algumas unidades modernizadas nos últimos anos. O Bandeirante ainda hoje, quase 50 anos após sua introdução em serviço, cumpre missão de transporte de cargas e tropas, incluido paraquedistas. Por outro lado, o A-1 AMX cumpre missões de ataque ar-solo e reconhecimento.