Avança na Rússia o Programa Elephant prevê um cargueiro substituto do Antonov An-124
A Rússia continua trabalhando no projeto de um substituto ao Antonov An-124, que deverá voar pela primeira vez até o final da década. O programa do novo cargueiro superpesado, designado como Elephant (Elefante) prevê um avião com capacidade para transportar até 150 toneladas de carga, por aproximadamente 13.000 km (≈ 7.000 nm), com velocidade de cruzeiro na ordem de 850 km/h.
Segundo um comunicado divulgado hoje (7) pelo Instituto Aerohidrodinâmico Central da Rússia (TsAGI), responsável pelo design básico do avião, ao longo dos últimos meses o projeto passou por algumas revisões, como uma reconfiguração da seção transversal da fuselagem, permitindo ampliar o acesso de cargas volumosas.
O projeto prevê uma capacidade máxima de 180 toneladas, mas com alcance reduzido, na ordem de 4.900 km.
O projeto está em desenvolvimento há vários anos, com algumas evoluções anunciadas entre 2017 e 2019, como a construção de um modelo em escala voltado para testes aerodinâmicos em túnel de vento, assim como uma modelagem tridimensional do avião.
O atual modelo de túnel de vento conta com uma fuselagem redesenhada, com asas altas, quatro naceles do motor, estabilizadores verticais e horizontais, e compartimento do trem de pouso
Um dos destaques do projeto é seção central da fuselagem, que funciona em função de um núcleo estrutural onde os outros componentes da aeronave são montados ao redor dessa área vital. A solução promete reduzir o número de peças fabricadas, simplificando o processo de montagem e melhorando significativamente o peso estrutural.
Os testes do novo design do avião estão programados para serem concluídos em um túnel de vento até o final de 2022.
Embora o projeto esteja em desenvolvimento há vários anos, com a invasão da Ucrânia e o agravamento na situação fabril da Antonov, a substituição dos An-124 Ruslan se tornou ainda mais urgente para a Rússia. Além da força aérea, a Volga-Dnepr Airlines, que conta com doze aviões do tipo na frota, vinha enfrentando alguns desafios na operação do cargueiro, especialmente em relação as modernizações e manutenção pesada. Existe alguns conflitos na regulamentação e nos processos adotados pela Ucrânia e a Rússia, gerando alguns problemas para operadores do An-124.
Com a situação atual a força aérea russa e os operadores civis do An-124 buscam uma solução no médio prazo. O mercado cargueiro de grande capacidade também deverá perder o acesso ao 747-8F, que será descontinuado pela Boeing até o final do ano.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 07/07/2022, às 17h00
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