Fornecimento dos caças F-16 para a Ucrânia pelos EUA é incerto e pode aumentar as tensões entre a Otan e a Rússia
Por André Magalhães Publicado em 10/08/2022, às 09h40 - Atualizado às 09h42
A Ucrânia segue interessada na aquisição de caças norte-americanos Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon. Em um post na conta oficial do Ministério da Defesa no Twitter, foi publicada uma arte com F-16 com detalhes da bandeira ucraniana na fuselagem.
Today we celebrate and honor the brave men and women of the Ukrainian Air Force. Every day they fight fiercely against the invaders, protecting our skies and saving lives.
— Defense of Ukraine (@DefenceU) August 7, 2022
We will win this war and our skies will be peaceful again! pic.twitter.com/rYIZsEtOrR
Não é de hoje que a força aérea da Ucrânia pede mais caças para equipar sua força aérea, que no momento conta compoucas unidades de MiG-29 e Su-27 ainda em operação. Por mais que exista interesse em exportar os aviões, envio dos F-16 por países ocidentais não simples.
O primeiro entrave é o risco que isso poderia criar, visto que o envio direto de armamento sofisticado, como caças, vai gerar uma tensão direta entre o país fornecedor e a Rússia, que já havia feito ameças em relação a qualquer apoio neste sentido.
Outro ponto, é o treinamento dos pilotos ucranianos, que estão habilitados a voar apenas aviões de origem soviética, como os MiG-25, MiG-24 e Su-27 Flanker. Um eventual início do curso para operar o F-16 poderá consumir vários meses, além de retirar de combate aviadores que hoje continuam na linha de frente.
Até o momento, nada de concreto e efetivo sobre o fornecimento de novos aviões de combate aconteceu. A Eslováquia se diz pronta para enviar 11 unidades de seus antigos MiG-29, mas não se sabe quando e se isso ocorrerá.
Apesar do baixo número de caças, a Ucrânia segue mantendo alguns em operações. O apoio bélico do Ocidente, que inclui o fornecimento de peças sobressalentes para os respectivos aviões, continua ocorrendo.
Nesta semana, Washington divulgou que vai fornecer para Kiev um pacote de US$ 1 bilhão em armas, que incluiu foguetes, várias munições e, talvez, mísseis antiradar (anti-radição).
Não foi específicado qual o modelo seria enviado, mas acredita-se que seja o AGM-88. No entanto, a forma como os ucranianos poderiam usar o míssil é um mistério, pois o sistema é certiifcado apenas para certos modelos de caças, como o Panavia Tornado ECR, F/A-18E/F Super Hornet e F-16 Fightning Falcon. Nenhum deles disponível ou operado pela força aérea da Ucrânia.