Projeto do jato de treinamento e combate turco enfrenta desafios tecnológicos e com relação a parcerias internacionais
Por Gabriel Benevides Publicado em 15/01/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h10
Turquia espera atrair novos parceiros para seu Hurjet, um jato de treinamento e ataque leve
A Turkish Aerospace convidou a Malásia para ser parceira na produção do Hurjet, o jato leve de combate turco. O novo avião em desenvolvimento no país pretende atender as demandas a força aérea para treinamento e ataque leve.
O Hurjet possui um design e especificações semelhantes ao programa T-X da USAF, que escolheu o T-7A Red Hawk. O modelo turco deverá ser impulsionado por um motor Williams International FJ44-4M, similar ao utilizado no jato de negócios Pilatus PC-24.
“A Malásia pode contribuir com sua capacidade de produção de componentes. Precisamos de um parceiro internacional, é um projeto grande demais, não apenas para a Turquia”, afirmou Temel Kotil, que foi CEO da Turkish Aerospace até 2016.
A participação da Malásia pode ser fundamental para o projeto graças a sua capacidade no design de componentes em materiais compostos. Recentemente o país asiático realizou complexo serviço de MRO nos seus jatos de combate Su-30, que obtiveram uma série de melhorias.
A Turquia enfrenta atualmente uma série de problemas em relação a suas parcerias militares. Após a saída do país do programa Joint Strike Fighter (JSF), que deu origem ao F-35, gerou contratempos em diversos programas militares, como o helicóptero de combate T129 ATAK e o sistema de antimíssil Eurosam. Ambos programas dependem de tecnologia sob domínio dos Estados Unidos, que passou a vetar seu uso pela Turquia. Além disso, parceiros como a italiana Leonardo, que atuava no desenvolvimento conjunto do T129 ATAK, derivado do Mangusta, passaram a restringir acordos com Ancara. Uma eventual parceria com a Malásia poderá contornar restrições legais e ainda permitir acesso a tecnologias complexas.