Turboélice brasileiro cumpre a missão de formação de novos pilotos e já passou pela Esquadrilha da Fumaça e unidades de combate da força aérea
Por André Magalhães Publicado em 30/09/2023, às 09h15
Há 40 anos os primeiros Embraer 312, mais conhecido como T-27 Tucano, eram entregues para a FAB. Os oito primeiros aviões, com matrículas de 1303 a 1310, chegaram no dia 29 de setembro de 1983 e abriram um novo capítulo na história da aviação militar brasileira.
Os novos aviões, projetados e construídos no Brasil, iniciaram a aposentadoria dos já veteranos T-37 (Cessna A-37), marcando uma nova era dentro da FAB.
Aeronaves T-27 Tucano realizam voo exibindo diferentes padrões de pintura.
— Força Aérea Brasileira 🇧🇷 (@fab_oficial) May 12, 2022
Missão exibe três aviões que simbolizam diferentes gerações: passado, presente e futuro.
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A aeronave brasileira foi entregue para o 1º Esquadrão de Instrução Aérea (1º EIA), na Academia da Força Aérea, sendo desde então utilizada na formação de novos pilotos. Os T-27 assumiram a instrução avançada dos cadetes, onde se destacaram por sua capacidade, desempenho e facilidade de voo.
Outra conhecida unidade da FAB que logo iniciou os voos com o T-27 Tucano foi o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a famosa Esquadrilha da Fumaça. O time acrobático teve grande importância na divulgação do Tucano no mercado internacional.
O T-27 foi o responsável pela recriação da Esquadrilha da Fumaça, que havia sido desmobilizada em 1976. Os aviões foram entregues no padrão de pintura vermelho e branco, e apenas nos anos 2000 ganhou as cores da bandeira nacional, com predominância de azul, amarelo e verde. No EDA o T-27 voou por quase 30 anos e obteve importantes marcas, como dois recordes mundiais no Guinness World Records.
O treinado turboélice brasileiro ainda nos anos 1980 despertou interesse no mercado internacional e foi adquirido pela força aérea da Argentina, Paraguai, França, Iraque, Paraguai, Perú e Venezuela. No Reino Unido foi produzida uma versão sob licença e que foi utilizada pelo Kuwait e Quênia. Além disso, o Egito também montou sob licença o avião entregue parcialmente em forma de kits.
Além de serem utilizados na AFA e no EDA, o T-27 também foi empregado em diferentes missões dentro da FAB, voando inclusive em unidades operacionais de combate, onde ganhou a designação AT-27.
Algumas unidades de destaque que empregaram o Tucano foram o 1º/3º GAV (Escopião); 2º/3º GAV (Grifo); 3º/3º GAV (Flecha), ambos situados em regiões de fronteira do Brasil. Os T-27 se mantiveram em operações armadas até a introdução do A-29 Super Tucano, a partir de 2004.
Pirassununga, Cidade Simpatia e sede da Academia da Força Aérea, vista por um outro ângulo durante o sobrevoo das aeronaves T-27M!
— Academia Da Força Aérea (@afamilitar) November 2, 2022
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Nos dias atuais, o T-27 Tucano se mantém apenas na linha de voo da Acadmia da Força Aérea. Desde 2018, as unidades em serviço estão passando por um processo de modernização, ganhando aviônica digital, ADS-B e uma moderna suíte de comunicação.
As versões modernizadas obtiveram a denominação T-27M Tucano e os primeiros aviões, de 42 exemplares, foram entregues em 2021.