Startup voa com avião híbrido-elétrico e planeja viabilizar viagens ultracurtas

A startup Electra.aero voou com seu primeiro avião híbrido-elétrico voltado para viagens de poucos minutos e operação em pistas ultracurtas

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 20/11/2023, às 17h00

Protótipo pode decolar de pistas com menos de 100 metros de comprimentos - Electra.aero

A Electra.aero anunciou hoje (20), que concluiu com sucesso os primeiros voos de teste com o seu EL-2 Goldfinch, um avião híbrido-elétrico de decolagem e pouso curto (eSTOL).

Ainda que tenha anunciado apenas agora os resultados, os primeiros voos ocorreram ao longo do mês, com o primeiro teste totalmente elétrico ocorrendo no dia 11 de novembro, enquanto o voo híbrido-elétrico ocorreu no dia 19. Ambos os voos partiram do aeroporto regional de Manassas, na Virgínia, na costa leste dos Estados Unidos, e foram comandados pelo piloto de ensaios Cody Allee.

Segundo a Electra, o primeiro voo híbrido teve duração de 23 minutos, atingindo uma altitude de 3.200 pés e percorreu aproximadamente 48 quilômetros.

EL-2 Goldfinch é o primeiro avião que emprega o conceito de blown lift

O Goldfinch é o primeiro avião que emprega o conceito de blown lift, onde sistema de propulsão “sopra” o ar por toda a envergadura da asa e seus flaps e direcionam o fluxo de ar para baixo, ajudando a realizar decolagens mais curtas e com velocidades significativamente menores.

Os dois primeiros voos do EL-2 Goldfinch ocorreram ao longo do mês

O avião conta com um sistema de geração híbrido, que gera energia para os oito motores elétricos, que oferecem menor ruído e grande capacidade, ao mesmo tempo que reduz drasticamente as emissões de poluentes.

“Estamos ansiosos para expandir ainda mais o envelope desta aeronave e demonstrar toda a capacidade da tecnologia da Electra”, disse JP Stewart, vice-presidente e gerente geral da Electra.

Atualmente a Electra.aero está desenvolvendo uma versão de maior capacidade da sua aeronave de testes, com até nove lugares, voltado para os mercados sub-regionais e governamentais. A intenção é que o novo avião decole de pistas ultracurtas, com menos de 100 metros, com velocidade de cruzeiro de 320 km/h e alcance de até 800 quilômetros.

O objetivo é no futuro atender a um nicho de mercado de viagens curtas, que usualmente são realizados de automóvel, mas com duração que muitas vezes supera às quatro horas de estrada. Por via aérea seria possível reduzir em mais de três vezes o tempo da viagem.

“O objetivo da Electra é preencher uma lacuna nas viagens aéreas entre 50 e 500 milhas [80 e 800 quilômetros], onde a maioria das viagens hoje é feita de automóvel. A chave para economizar tempo é operar próximo, o que significa entrar e sair de pequenos espaços de forma silenciosa e segura, ao mesmo tempo em que é rápido o suficiente para cobrir longas distâncias”, explicou o fundador e CEO da Electra, John Langford.

Segundo a Electra, o seu eSTOL é apoiado por um forte interesse do mercado, com pré-encomanda de trinta clientes, que somados acumulam mais de 1.700 pedidos, avaliados em aproximadamente US$ 6 bilhões.

A Electra.aero deverá desenvolver um protótipo de pré-produção em maior escala, o que ocorrerá sob a parceria de financiamento estratégico, avaliada em até US$ 85 milhões, do Programa AFWERX Agility Prime da Força Aérea dos Estados Unidos. A certificação e a entrada em serviço comercial sob os regulamentos FAA Parte 23 estão previstas para 2028.

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