Empresa acredita que poderá resolver questões técnicas até o final da próxima década
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 21/07/2020, às 17h00 - Atualizado às 17h42
Conceito apresentado oferece modelo com solução aerodinâmica avançada e propulsão hídrida-elétrica
A startup britânica Electric Aviation Group (EAG) divulgou um projeto inovador para um avião regional híbrido-elétrico para 70 lugares, que promete estar apto para entrar em serviço em meados de 2028.
O projeto-conceito batizado de Hybrid Electric Regional Aircraft (HERA), ou aeronave regional híbrida elétrica, prevê a capacidade de operar em pistas curtas em rotas de até 800 nm (1.480 km), com eficiência energética superior aos estudos atuais.
A empresa com sede em Bristol, na Inglaterra, espera oferecer uma versão totalmente elétrica do avião até 2030, conforme a evolução nas tecnologias de baterias ou combustíveis alternativos avançarem ao longo da próxima década. O objetivo é considerado bastante realista pelo mercado, com a Airbus planejando resolver as mesmas questões em um intervalo de tempo similar.
“A maioria das tecnologias necessárias para uma aeronave de emissão zero já está surgindo em outros setores e já trabalhamos nisso há algum tempo”, disse um porta-voz da Airbus em resposta a AERO Magazine.
Recentemente a EASA, a agência de segurança aeronáutica da União Europeia, certificou o primeiro avião elétrico da história, o Velis Electro, da eslovena Pipistrel. O pequeno monomotor voltado para instrução e voos de lazer abriu o caminho para o desenvolvimento de aeronaves maiores.
O modelo apresentado mostra um avião com design aerodinâmico bastante avançado, com quatro motores. Ainda que a EAG não tenha especificado qual será o motor ou ao menos o conceito que será aplicado, a ilustração mostra um conjunto de quatro motores propulsionado por hélices. A solução de motores equipados com hélices de elevada eficiência poderá ser o caminho mais rápido para aeronaves comerciais elétricas, graças à boa relação entre eficiência e peso.
A companhia afirmou que o futuro avião poderá utilizar a tecnologia GATOR (Gear Assisted Takeoff Run), permitindo oferecer melhor capacidade de decolagem curta, ao mesmo tempo que reduz os requisitos de energia.
Ainda que o avião apresentado seja bastante inovador em questões aerodinâmicas, o primeiro voo de teste deverá contar com uma plataforma mais conservadora, com a EAG planejando utilizar como base a estrutura de um turbo-hélice Dash 7 ou Dash 8, convertido para validar os novos motores.
O primeiro voo de testes deverá ocorre em quatro anos, antes da empresa poder avançar no desenvolvimento de um modelo de avião completamente novo. O avião final deverá ter um peso máximo de decolagem de 25.000 quilos, com velocidade de cruzeiro próximo nos 275 nós (500 km/h) e capacidade de operar em pistas com até 1.200 metros.