A IATA divulgou um relatório indicando a recuperação da indústria aérea aos níveis pré-pandemia
Por Micael Rocha Publicado em 26/06/2024, às 08h06
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) divulgou seu relatório semestral, Global Outlook for Air Transport, indicando que a indústria aérea está retomando os números observados antes da pandemia de covid-19.
De acordo com o documento, a demanda por transporte aéreo permitiu que o setor voltasse à lucratividade e aos níveis de tráfego de 2019, considerados marcos importantes pela associação. A retomada da lucratividade e o aumento do tráfego aéreo são sinais positivos para o setor, que enfrenta um período de recuperação pós-pandemia.
O estudo prevê que a tendência de crescimento na atividade e na lucratividade deve continuar, embora em um ritmo um pouco mais lento. Quatro anos após o início da pandemia de covid-19, a indústria aérea recuperou um senso de normalidade. No entanto, desenvolvimentos globais podem trazer novos desafios para o setor. A IATA informa que a indústria atingiu os níveis de Receita por Passageiro Quilômetro (RPK) de 2019 em fevereiro deste ano.
A associação espera um crescimento de 11,6% nos RPKs e um aumento de 10,4% no número de passageiros em todo o mundo em 2024. A região Ásia-Pacífico deve liderar esse crescimento, contribuindo para metade do ganho líquido global em número de passageiros até 2043. Entretanto, a IATA alerta que 2024 será um ano desafiador, com bilhões de pessoas indo às urnas em até 70 países, muitos em contextos políticos polarizados.
O setor de carga aérea enfrenta desafios específicos, como o aumento de tarifas sobre bens manufaturados. Apesar disso, registrou crescimento desde o ano passado. O estudo prevê um aumento de até 5% no tráfego global de carga aérea em 2024 e um incremento de 10% na receita total da indústria, atingindo quase US$ 1 trilhão. Todavia, a receita da carga aérea deverá recuar devido à queda nos rendimentos deste tipo de transporte.
Em termos de sustentabilidade, o relatório da IATA destaca que o setor enfrenta desafios significativos, com as companhias aéreas buscando o compromisso de atingir emissões zero de CO2 até 2050. A possível transição energética poderá trazer novas inovações e tecnologias, mas também enfrenta protestos e questionamentos sobre a viabilidade da redução do impacto das emissões da aviação.
As empresas aéreas esperam repassar os custos dos novos combustíveis, mais caros, ao valor dos bilhetes aéreos.