Alterações visam evitar falhas ocorridas durante a homologação da família 737 MAX
Por Gabriel Benevides Publicado em 19/06/2020, às 15h30 - Atualizado às 16h18
Certificação do Boeing 737 MAX gerou desconfiança no setor aéreo e autoridades planejam revisão dos procedimentos
Um grupo bipartidário de senadores dos Estados Unidos apresentaram na última terça-feira (16) um projeto de lei para tornar ainda mais criteriosa a certificação de aeronaves. A motivação é evitar falhas no processo, como evidenciadas após dois incidentes fatais envolvendo o Boeing 737 MAX.
Segundo os legisladores, as novas medidas visam evitar a possibilidade dos fabricantes influenciarem indevidamente o processo de certificação. O projeto de lei surgiu após críticas a falta de transparência durante a homologação do 737 MAX por parte da FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos e a Boeing, causando desconfiança do setor aéreo e da população.
Para o presidente do Comitê de Comércio do Senado, Roger Wicker, a proposta está endossada nos relatórios dos dois acidentes – emitidos pelas autoridades da Indonésia e Etiópia, com recomendações de especialistas em aviação, depoimentos das famílias das vítimas e uma série de audiências para que fossem aprofundados os critérios do novo projeto.
Antes das fatalidades, a Boeing lutou para obter aprovações regulatórias para o 737 MAX pressionada pelos resultados positivos da sua concorrente direta, a Airbus com o A320neo, resultando na aceleração do processo de certificação. Além disso, o fabricante norte-americano, em associação com outras empresas de aviação, pressionou para que fossem aprovadas mudanças no processo de certificação.
Caso seja aprovado, a nova lei chamada de Reforma da Segurança e Certificação de Aeronaves, trará uma série de alterações técnicas e processuais na condução da certificação de aeronaves. O modelo ainda está sendo discutido com especialistas para inclusão no novo projeto de lei.