Cidade do interior paulista é sede da Embraer e lar do ITA, DCTA e de dezenas de fabricantes do setor aeroespacial
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 24/01/2022, às 17h00 - Atualizado às 17h38
São José dos Campos foi berço do nascimento da Embraer, após investimentos em formação de alto nível | Foto: Divulgação
A cidade de São José dos Campos, no interior paulista, foi eleita como “Capital do Avião”, através de uma Lei estadual. A cidade é sede da Embraer, do DCTA e abrigar o campus do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), assim como de diversos fabricantes do setor aeroespacial brasileiro.
O projeto de Lei que foi apresentado pela deputada estadual Leticia Aguiar (PSL), que é natural de São José dos Campos, concedeu o status de Capital Estadual da Indústria Aeroespacial e Capital do Avião.
A lei nº 17.418, de 08 de outubro de 2021, foi sancionada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e tem função apenas simbólica e de reconhecimento ao setor aeronáutico.
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“Fico feliz que o Estado de São Paulo, faça este reconhecimento mesmo que seja mais de 72 anos da implantação do DCTA e do ITA e mais de 52 anos depois da fundação da Embraer, São José dos Campos se desenvolveu a partir do desenvolvimento da indústria aeroespacial”, disse a deputada Leticia Aguiar.
A ideia de conceder o título honorífico a São José dos Campos é antigo, com diversas figuras públicas tendo defendido a ideia ao longo dos anos.
“Com a Lei, a vocação de São José dos Campos foi chancelada pela população do estado de São Paulo, de modo que o campo está aberto, aberto para iniciativas semelhantes e que possam proporcionar melhores oportunidades para todos os cidadãos das cidades que desejam conquistar um lugar de destaque entre as cidades do Brasil”, destacou Ozires Silva.
Como maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba no interior paulista, São José dos Campos se destaca há várias décadas como berço da inovação tecnológica brasileira. Atualmente a cidade apresenta 95% da cadeia produtiva da indústria aeroespacial e de defesa no Brasil.
Ainda que estruturalmente o Brasil tenha diversas deficiências em investimentos em tecnologias de ponta, com exceção nos avanços nas pesquisas avançadas no setor agrícola, o segmento aeronáutico desponta como um dos que mais investem em alta tecnologia no país.
“Por todo o histórico da cidade, receber o título já seria um importante reconhecimento, mas esta lei tem como objetivo de chamar a atenção do Estado Brasileiro para a necessidade de incentivo e capacitação da indústria aeroespacial brasileira para a competição global”, destacou Aguiar.
Outra iniciativa em curso é o desenvolvimento do cluster aeroespacial brasileiro que representam segmentos diversos das cadeias da indústria aeronáutica, espacial e de defesa, que atualmente somam um faturamento anual na ordem de R$ 38,5 bilhões (US$ 7 bilhões) e empregam 19 mil profissionais.