Projeto da Ryanair prevê a troca dos Blended Winglet do 737 NG pelos novos Scimitar Winglets
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 08/11/2022, às 15h00
A empresa de ultrabaixo custo Ryanair vai modernizar sua frota de Boeing 737-800 com a instalação de novos scimitar winglets, similares aos usados no 737 MAX, que melhoram sensivelmente a economia de combustível.
O retrofit da frota de 409 aviões deverá começar já na temporada de inverno (do hemisfério Norte), com investimentos na ordem de US$ 200 milhões. A troca dos atuais blended winglet deverá custar aproximadamente US$ 490 mil por avião.
A expectativa é que os novos dispositivos aerodinâmicos ofereçam uma economia de combustível de ao menos 1,5%. A decisão pela troca dos winglets ocorreu após a constatação da melhora na eficiência dos dispositivos do 737 MAX, que se provaram mais avançados que os usados na família 737 Next Generation.
Embora elogie a redução no consumo dos 737 MAX e sua melhora na eficiência e redução das emissões de poluentes, a Ryanair manteve a postura de declarar publicamente seu descontentamento com os constantes atrasos nas entregas dos aviões.
Atualmente a Ryanair tem 77 unidades da família 737 MAX em serviço, mas esperava estar bastante avançada na substituição dos aviões de geração anterior. A paralisação dos voos com o 737 MAX por quase dois anos, somado aos reflexos da crise na cadeia de suprimentos, levou a Boeing atrasar consideravelmente o ritmo de entregas.
Ainda assim, a Ryanair espera receber entre dez e doze 737 MAX até o Natal, de um total de 21 aviões planejados para entrar em serviço este ano. A Boeing afirmou para a companhia aérea que deverá cumprir a entrega de 51 aeronaves até o verão europeu de 2023, mas não descarta alguns atrasos pontuais.
A Ryanair registrou recorde na demanda de passageiros no segundo trimestre deste ano, com uma retomada robusta nas viagens domésticas e internacionais no mercado europeu. O lucro semestral, apurado até 30 de setembro 2022, relevou um lucro líquido de 1,37 bilhão de euros, superando a marca do mesmo período no pré-crise.