Países formalizam acordo para trabalharem em um projeto conjunto para um jato capaz de voar até Mach 1.8
Por Gabriel Benevides Publicado em 23/02/2021, às 18h00 - Atualizado às 18h21
Aerion foi uma das pioneiras na nova geração de aviões supersônicos civis
A Rússia e os Emirados Árabes Unidos trabalham na consolidação de uma parceria para o desenvolvimento de uma família de aviões supersônicos civis.
O anuncio foi feito pelo ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, que informou que a United Aircraft Corporation (UAC) e o fundo de investimento Mudabala, dos Emirados Árabes Unidos, estão criando uma joint venture com planos de criar dois jatos supersônicos.
Por ora, a intenção é desenvolver um protótipo de um avião comercial, com até trinta assentos, que poderá gerar um jato de negócios, com até oito lugares. A Expectativa é de que os novos detalhes do projeto sejam apresentados ainda este ano e segundo Manturov estão confirmados investimento iniciais de US$ 100 milhões.
Os detalhes do programa irão depender dos estudos entre os participantes para avaliar a viabilidade do projeto que está em andamento desde meados de 2019. Porém, por enquanto apenas a Rússia estava envolvida no estudo do conceito de uma nova aeronave comercial supersônica, seguindo a tendência das empresas norte-americanas que trabalham em uma série de projetos há vários anos. O que se sabe até agora é que os novos jatos deverão ter a velocidade entre Mach 1,5 e Mach 1,8 (1.500 km/h e 2.200 km/h).
Durante o comunicado Manturov afirmou que a previsão de entrega da primeira aeronave é a partir de 2027.
Com a iminente viabilidade de dois novos jatos supersônicos de bandeira russa no futuro, a Tupolev anunciou alguns meses atrás o interesse de ter o seu próprio jato supersônico civil, que terá como base o bombardeiro Tu-160. A intenção neste caso é utilizar conceitos e soluções já testadas em serviço com a frota de bombardeiros, reduzindo assim custos de desenvolvimento, especialmente em questões aerodinâmicas.
Uma das questões em aberto é se o movimento representa uma volta da corrida das aeronaves civis supersônicas, visto que nos últimos anos a indústria da aviação conquistou amplos avanços no uso de energia limpa e fabricação de aeronaves mais eficientes com maior alcance e menor consumo de combustível.
A crise do coronavírus evidenciou a tendência da busca por aeronaves mais eficientes e menos poluentes, levando a aposentadoria de icônicos aviões como os Boeing 747, Airbus A340 e A380.