Avião deverá disputar mercado dominado pelos A320neo e 737 MAX
Por Gabriel Benevides Publicado em 19/05/2021, às 09h00 - Atualizado às 10h19
Rússia pretende iniciar a produção do MC-21 com motores Aviadvigatel PD-14
A Rússia anunciou o início da produção em série do MC-21 (MS-21, no alfabeto latino), o avião de nova geração que pretende competir no mercado global com os Airbus A320neo e Boeing 737 MAX.
A confirmação foi feita pelo primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, durante o discurso sobre o relatório anual sobre o trabalho do Governo. A expectativa é que o novo avião seja produzido prioritariamente com os motores russos Aviadvigatel PD-14, com a opção dos Pratt & Whitney PW1000G.
Originalmente o plano era usar apenas os propulsores norte-americanos, mas as tensões entre a Rússia e Estados Unidos, que teve como consequência alguns embargos comerciais, levou ao temor de uma guerra comercial impedir a importação dos motores PW1000G. O motor da Pratt & Whitney é o modelo padrão dos Airbus A220 e Embraer E-Jet E2, além de ser opcional nos A320neo.
O MC-21 terá capacidade para o transportar entre 163 e 211 passageiros, dependendo da configuração interna. Criado para ser uma aeronave de médio alcance, o MC-21 teve seu projeto básico iniciado em 2006, e realizou o seu primeiro voo em 28 de maio de 2017. O modelo abre caminho para a Irkut competir com os modelos da Airbus e Boeing no mercado de aviação comercial global, enquanto a Rússia avança na independência de empresas estrangeiras em termos tecnológicos aeronáuticos.
O MC-21 é oferecido pela Rússia como uma opção para países com pouca capacidade de negociação no mercado internacional, especialmente parceiros econômicos de Moscou que enfrentam sanções por parte dos Estados Unidos e União Europeia, assim como empresas aéreas com dificuldades de acesso a financiamento.
Equipado com a tecnologia fly-by-wire, o MC-21-300 é atualmente o maior avião comercial projetado na Rússia após o fim da União Soviética. O projeto prevê com três variantes (-200, -300 e -400), competindo nos segmentos mais concorridos da aviação comercial global. Onde aliás, a China pretende inserir seu futuro C919, projetado pela Comac.