Rolls-Royce poderá suspender produção de motores para aviação comercial

Crise gerada pela covid-19 e alta dos custos ampliou perdas recentes do fabricante britânico

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 08/02/2021, às 16h00 - Atualizado às 23h39

Unidade de motores da Rolls-Royce para aviação comercial poderá sofrer pausa de até duas semanas

A Rolls-Royce poderá suspender temporariamente suas atividades no segmento civil nos próximos dias. A estratégia que poderá dar férias coletivas de duas semanas visa reduzir os custos operacionais.

A divisão civil da Rolls-Royce depende da entrega de novas aeronaves para produção de motores. Com a menor demanda por aviões novos, o fabricante britânico planeja introduzir novas medidas de corte de custos, que devem atingir o segmento de aviação comercial, a mais afetada pela pandemia de covid-19.

Recentemente a Rolls-Royce confirmou em seu relatório que as perdas na aviação comercial foram superiores a prevista, com 2021 representando um crescimento da saída de caixa no curto prazo. “(...) nossas previsões atuais indicam uma saída de caixa na ordem de £ 2 bilhões (R$ 14,5 bilhões) em 2021”, informou a Rolls-Royce em relatório emitido em janeiro.

Atualmente existe aproximadamente £ 9 bilhões (R$ 52,2 bilhões) de liquidez, que pode ser alocado para cobrir novas perdas de receita e custos adicionais de curto prazo.

Um dos temores da empresa são as cepas mais contagiosas do vírus e a demora na imunização global, o que gera incertezas no setor aéreo no curto e médio prazo. “As previsões financeiras permanecem altamente sensíveis às mudanças nas condições externas e, enquanto continuamos a impulsionar a redução de custos”, destacou o relatório.

A suspensão das atividades depende da aprovação dos sindicatos, que estão negociando uma forma de compensar também os trabalhadores que devem ser diretamente afetados.

Além disso, a Rolls-Royce enfrentou uma série de problemas com parte de sua família de motores de aviação comercial, especialmente o Trent 1000, que equipa os Boeing 787. A pressão nos custos já existiam antes da pandemia, que ampliou a preocupação com o fluxo de caixa negativo.

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