FAB modernizará 43 unidades do AMX para o padrão A-1M e que poderão operar até 2025 e ainda suprir emergencialmente a falta dos Mirage 2000
Redação Publicado em 04/09/2013, às 14h10 - Atualizado em 11/11/2014, às 11h34
A Força Aérea Brasileira recebeu da Embraer o primeiro A-1 M do programa que prevê a modernização de 43 aeronaves, dezesseis das quais já se encontram nas instalações do fabricante brasileiro em Gavião Peixoto, interior de São Paulo.
O A-1 é um vetor de ataque com capacidade de realizar missões de ataque ao solo, bombardeio, apoio aéreo tático e reconhecimento. Pelo programa, os aviões modernizados receberão sistemas similares aos que já equipam os F-5M e os A-29 Super Tucano, com destaque para a revitalização da estrutura, os novos sistemas de navegação, os armamentos, a geração de oxigênio, as contramedidas eletrônicas e o novo radar SCP-01.
Este radar, desenvolvido especificamente para o projeto, permite aos pilotos encontrar alvos no solo em distâncias maiores e aumentar a precisão no lançamento de armamentos. O novo radar também amplia a capacidade de combate para o modo ar-mar, o que dá a possibilidade de voar missões contra alvos navais.
O armamento também foi modificado, com ampliação do envelope de emprego do caça e incorporação de novos artefatos inteligentes. Além disso, a cabine e a iluminação externa foram adaptadas para serem compatíveis com o uso de óculos de visão noturna (NVG). Com a modernização, os A-1 poderão operar até o ano de 2025.
Para o comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), brigadeiro-do-ar Luiz Fernando Aguiar, responsável pela aviação de caça da FAB, a entrega marca a revitalização da composição do poder aéreo do país. "O A-1 não é um avião de defesa aérea. É um avião estratégico para ataques a longas distâncias. Nós estamos com os nossos F5 modernizados e agora iniciamos o mesmo processo com o A-1. Com a parada dos Mirage, essas duas máquinas farão diferença em termos de sustentabilidade da nossa aviação de combate", disse o oficial-general.
Quanto à paralisação dos Mirage 2000, e a falta de definição com relação ao Programa F-X2, a FAB espera poder ao menos se manter atualizada tecnicamente. "Temos que continuar evoluindo porque a quantidade de aviões que estamos recebendo não é o suficiente para todas as nossas operações. A falta do Mirage precisa de resposta. Esperamos uma para um futuro próximo", complementa o brigadeiro Aguiar.
A FAB passará a dispor de uma aeronave de ataque no estado da arte, com aviônica e sistemas embarcados de última geração, garantindo assim a capacidade de cumprir a missão de defender a soberania do espaço aéreo brasileiro.
"Os caças A-1 são vetores fundamentais para a defesa do Brasil, incluindo o seu mar territorial. Temos tido grande sucesso no uso dessa aeronave em operações de alta complexidade, como os exercícios Cruzex e Red Flag. A sua modernização representa um grande ganho de capacidade, com adequado custo-benefício e, uma vez mais, valorizando a indústria nacional", disse o comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Juniti Saito. "O A-1M será muito útil para manter a capacidade operacional da FAB", disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa & Segurança.