Pressão por custos na aviação pode comprometer segurança

A pressão por redução de custos em serviços de solo pode impactar negativamente a qualidade e a segurança, segundo a Abesata

Por Marcel Cardoso Publicado em 13/01/2025, às 08h59

Os serviços de ground handling representam apenas 3% do custo total de operações aéreas, mas são cruciais para a segurança - Ministério dos Portos e Aeroportos

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo (Abesata) disse que dois processos de licitação para a contratação de empresas de serviços em solo em todo o Brasil, anunciados no final de dezembro, colocaram o setor de aviação em alerta.

Na segunda quinzena do mês, duas empresas aéreas iniciaram processos de licitação (RFP – Request for Proposal) para contratar novas empresas de ground handling, com um prazo inferior a quinze dias para a formalização das propostas. Além disso, os contratos com empresas prestadoras de serviços estavam em vigor no país, o que gerou preocupações no setor, segundo a Abesata.

Segundo a entidade, empresas aéreas e aeroportos estão pressionando pela redução de custos em serviços auxiliares do transporte aéreo, que incluem manuseio de carga aérea, movimentação de aeronaves no solo, transporte e atendimento a passageiros, limpeza e desinfecção interna de aeronaves, além de medidas de segurança, como raio-X e outras relacionadas à prevenção de ameaças, o que pode afetar diretamente os investimentos em equipamentos modernos, sustentáveis e em capacitação de mão de obra.


Esta flagrante pressão por custos coloca em risco a segurança operacional, especialmente em plena alta temporada”, disse Ricardo Aparecido Miguel, presidente da Abesata, que acrescentou que a aviação brasileira não pode estar sujeita à pressão de metas financeiras de companhias aéreas ou aeroportos, que buscam garantir a rentabilidade do negócio, sem considerar os impactos a longo prazo.

De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), do Banco Central e da Petrobrás, as despesas com serviços de ground handling, comissaria, limpeza e outros serviços relacionados representam 3% do custo total de uma operação aérea no Brasil. 

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