Pilotos dos EUA enviam propostas sobre regras para voo acima da velocidade do som

Entidade que reúne aviadores quer criar normas que aumentem a segurança na operação entre aeronaves subsônicas e supersônicas compartilhando o mesmo espaço aéreo

Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação Publicado em 23/08/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h46

A Aerion espera viabilizar o primeiro avião supersônico da aviação de negócios até o final da próxima década

Com iminência da retomada dos voos supersônicos civis, a Associação de Proprietários e Pilotos de Aeronaves (AOPA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, participa de forma ativa da proposta de regulamentação (NPRM) em estudo pela FAA, a agência norte-americana para aviação civil.

A AOPA pede que as autoridades considerarem questões como evitar autorizações de voo supersônicos em altitudes mais baixas para garantir uma integração segura dos novos voos as operações subsônicas.

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Os pilotos afirmam que será necessário levar em consideração as características de esteira de turbulência dos aviões e os padrões de separação de tráfego aéreo, para que sejam identificados os impactos nos custos gerados pela maior separação e restrições ocasionadas por aeronaves supersônicas.

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Contudo, a preocupação maior é que aeronaves voando acima de 10.000 pés, em condições visuais (VFR), não tenham condições de ver e evitar aeronaves supersônicas que estejam cruzando a frente. A AOPA sugere que a FAA estude liberar velocidades supersônicas apenas acima do FL180 (18.000 pés), onde não devem impactar na operação, visto que a maior parte das aeronaves com capacidade para voar acima dessa altitude possuem performance e sistemas que permitem manter uma separação segura.

Além disso, a associação ainda apontou que será necessário ampliar os mínimos meteorológicos para voos acima de 10.000 pés, no espaço aéreo Classe E. A alegação é o tempo adicional necessário para ver e evitar aeronaves voando acima dos 250 nós.

A expectativa do setor é que os primeiros aviões supersônicos civis estejam operando no final da próxima década. A maior parte dos projetos são voltados para aviação de negócios, mas alguns projetos prometem retomar os voos comerciais regulares acima da velocidade do som.

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