Ordem judicial manda porta-aviões São Paulo retornar ao Brasil

Porta-aviões A-12 São Paulo segue em viagem até a Turquia onde será desmontado por um estaleiro especializado

Por André Magalhães Publicado em 10/08/2022, às 08h00

Porta-Aviões São Paulo foi um dos principais navios com tal finalidade em todo o mundo - Via Wikipedia

Um determinação judicial ordenou a volta imediata do ex-porta-aviões NAe A-12 São Paulo ao Rio de Janeiro. A embarcação partiu na última quinta-feira (4) rumo à Turquia, local onde será desmanchado e sucateado.

O pedido da volta do navio foi feito pelo Instituto Foch/São Paulo, que visa a transformação do navio aerodrómo em um espaço cultural. Em 2021, o casco do navio foi arrematado R$ 10,5 milhões pelo estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, que será responsável pelo desmonte.

Por ora, a embarcação segue viagem rumo ao seu destino final, no Mar Egeu. O A-12 São Paulo está sendo transportado pelo navio rebocador Alp Centre, da Holanda.

O pedido judicial foi encaminahdo no dia da partida do navio. Emerson Miura, presidente do Instituto São Paulo Foch, informou isto a AERO Magazine.

O presidente diz que está em contato com autoridades ambientais da Turquia, para que fiscalizem a chegada do navio, que segundo ele, contém amianto e isso é um caso preocuapante para as autoridades turcas.

Histórico

A história do NAe A-12 São Paulo começou na França, durante a Guerra Fria, quando foi incorporado pela marinha com o nome de PA Foch em 1963, ficando na ativa ate o ano 2000. Com a desativação da embarcação, a Marinha do Brasil adquiriu o Foch por aproximadamente 10 milhões, visando substituir o NAe A-11 Minas Gerais, que estava em serviço há mais de 40 anos.

O navio ganhou o nome de São Paulo e foi o nau capitânia da esquadrada da Marinha do Brasil por 22 anos, além de virtualmente ser o único porta-aviões da América Latina e América do Sul. Durante os seus anos de operação a embarcação chegou a ser a mais antiga do mundo em atividade e passou a maior parte do tempo em manutenção.

O A-12 operou com os caças navais A-4 Skyhawk (AF-1 como são denominados pela Marinha), que foram adquiridos em 1997 e chegaram a ser operados pontualmente no A-11 Minas Gerais. Os 23 unidades caças tiveram uma curta vida operacional, especialmente por conta dos problemas no porta-aviões. Ao longo de duas décadas o NAe A-12 esteve por apenas 206 dias no mar, percorrendo 85.334 quilômetros navegados e registrando a modesta marca de 566 operações aéreas.

A antiga embarcação colecionou uma série de problemas, como um incêndio em 2006, que provocou a morte de um marinheiro e feriu outros dois.

Desde então, uma série de problemas começaram a ocorrer, aumentando os gastos e gerando altos custos para a força aeronaval brasileira. Em 2014, foi tomada a decisão de aposentadoria do porta-aviões, que passou por um processo de oito anos de desativação.

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