O que esperar do novo governo de Donald Trump no que tange à aviação dos EUA
Por Marcel Cardoso Publicado em 20/01/2025, às 09h02
O setor de aviação dos Estados Unidos enfrenta perspectivas de mudanças significativas sob a administração do presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo pela segunda vez nesta segunda-feira (20).
Executivos da indústria aérea antecipam alterações nas regulamentações e políticas que podem impactar operações e estratégias corporativas. Em entrevista ao canal CNBC, em novembro, Ed Bastian, CEO da Delta Air Lines, expressou otimismo quanto à possibilidade de revisão de normas que, em sua visão, têm restringido a indústria nos últimos anos. Ele considera que a promessa de desregulamentação pode ser um "sopro de ar fresco" para o setor.
Além disso, a nomeação de Sean Duffy para liderar o Departamento de Transportes dos EUA indica uma possível mudança na abordagem regulatória. Ex-congressista e comentarista da Fox Business, Duffy assumirá a liderança de uma agência com um orçamento de aproximadamente US$ 110 bilhões (R$ 667,4 bilhões), supervisionando políticas de aviação, automotiva, ferroviária e de trânsito.
Ele já manifestou a intenção de reverter as rigorosas regulamentações de emissões de veículos implementadas pela administração anterior. Uma prioridade declarada de Duffy é restaurar a confiança global na Boeing, especialmente após incidentes envolvendo o modelo 737 MAX. Ele acrescentou que trabalhará com o Congresso e com a agência federal de aviação civil norte-americana (FAA) para garantir que os céus sejam seguros e para restaurar a confiança na fabricante de aeronaves.
A administração Trump enfrentará desafios como a escassez de controladores de tráfego aéreo e a necessidade de modernização da infraestrutura da FAA. A saída de Michael Whitaker da liderança do órgão, este mês, abre espaço para novas nomeações que poderão influenciar a direção da agência.
Por outro lado, a possível flexibilização de regulamentações pode oferecer oportunidades para fusões e aquisições no setor aéreo, além de permitir uma abordagem mais flexível em relação a programas de fidelidade e políticas de reembolso. No entanto, a implementação dessas mudanças dependerá de processos legislativos e da colaboração entre o governo e as empresas do setor.