O maior explorador do Espaço profundo completa 30 anos

Telescópio Hubble mudou a forma como a ciência enxerga e entende o Universo

Por Gabriel Benevides Publicado em 28/04/2020, às 18h00 - Atualizado às 21h08

Considerado o telescópio mais longevo ainda em operação no espaço, o Hubble acaba de completar 30 anos. O lançamento ocorreu em 24 de abril de 1990, com o ônibus espacial Discovery, que após um delicado processo de colocação do sistema em órbita, se tornou um marco do programa espacial e da pesquisa científica.

Considerado um dos mais ambiciosos e importantes projetos da NASA, o Hubble nasceu da ideia de contar com uma plataforma orbital de observação astronômica, algo planejado desde o início dos anos 1970. Por questões orçamentarias e o desafio de como lançar o telescópio, o projeto levou cerca de duas décadas para ser finalizado e contou com a parceria da ESA (Agência Espacial Europeia).

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Durante a sua construção o projeto teve de ser adiado por conta do acidente com a nave espacial Challenger, em 1986, que deixou sete astronautas mortos. Por suas dimensões o Hubble foi construído para ser levado ao espaço por um dos então recém-lançados ônibus espaciais.

O nome do satélite foi uma homenagem a Edwin Powell Hubble (1889 – 1953), importante astrônomo americano que revolucionou a ciência astronômica nos anos 1920 ao indicar que o universo não se resumia apenas a Via-Láctea, como era imaginado na época.

Hubble dedicou boa parte dos seus estudos a nebulosa de Andrômeda, justamente quando percebeu que algumas estrelas brilhavam mais fracas do que as outras, fazendo o astrônomo notar que Andrômeda era outra galáxia separada da Via-Láctea.

Apesar de ter completado 30 anos, o Hubble continua sendo um importante sistema de pesquisa. Suas objetivas foram responsáveis por históricos registros de gigantescas galáxias, estrelas, planetas e até mesmo meteoros. Além disso, foi graças ao Hubble que uma das mais importantes descobertas da astronomia ocorreu nos últimos anos: a expansão do universo está em constante em aceleração.

Mesmo no espaço, o telescópio passou por grandes manutenções e atualizações, sendo a primeira a mais importante, quando a curvatura do espelho tornou as imagens completamente distorcidas. Era como se o Hubble tivesse astigmatismo, não conseguindo focar em nenhuma imagem. Em 1993 a equipe do ônibus espacial Endeavour foi até o espaço para dar suporte no reparo, substituindo a peça defeituosa no que é considerada até hoje uma das missões espaciais mais difíceis já realizadas.

Hubble durante a manutenção realizada em 1993 pelos astronautas da Endeavour

Desde então o Hubble encontra em funcionamento e passou por algumas modernizações, três no total, incluindo a troca das antigas baterias, além da implementação de diversos novos componentes, tornando o telescópio ainda mais poderoso. Ao longo de três décadas foi responsável por revolucionar a astronomia ao dar suporte na pesquisa de sistemas planetários, formação de estrelas e estudos aos objetos que se encontram no nosso sistema solar. Suas imagens permitiram entender não só a origem, mas também a evolução da nossa galáxia.

Mesmo considerado uma importante janela para o espaço, a NASA chegou a cogitar a aposentadoria do mais famoso telescópio para 2013, por conta de grandes cortes de orçamento da agência na época. O sucessor, James Webb está previsto para ser lançado em março de 2021, quando se tornará o maior e mais avançado telescópio já enviado ao espaço. Ainda assim, o legado do Hubble estará eternamente gravado na história da ciência.

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