Proximidade na instalação dos chicotes elétricos pode levar a um curto-circuito e a incêndio
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 06/01/2020, às 15h00 - Atualizado às 18h12
Potencial falha na fiação do 737 MAX pode levar a novo atraso no processo de recertificação do modelo
A Boeing e a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, confirmaram no domingo (5) que avaliam um problema referente a fiação do 737 MAX. A falha pode causar um curto-circuito no avião.
O porta-voz da Boeing, Gordon Johndroe, afirmou que a fabricante identificou o problema durante o “rigoroso processo [de verificação do projeto do 737 MAX] e estamos trabalhando com a FAA para realizar a análise apropriada”. Todavia, as autoridades e a fabricante não divulgaram se o problema poderá gerar uma pane elétrica ou incêndio, nem mesmo quais sistemas e equipamentos estão envolvidos. “Seria prematuro especular se essa análise levará a alterações no projeto”, afirmou Johndroe.
Em comunicado a FAA afirmou que “está analizando as descobertas em revisão recente das modificações propostas ao Boeing 737 MAX”. A autoridade aeronáutica não confirmou quais medidas serão tomadas e se o processo deverá levar a uma modificação nos padrões internacionais de certificação.
Fontes internas consultadas por AERO Magazine afirmam que a análise ocorre na separação dos chicotes de cabos, que são instalados próximos uns aos outros. O receio dos engenheiros e das autoridades é que um eventual aquecimento ou curto-circuito possa comprometer toda a rede de cabos. O sistema é usual na aviação comercial, mas após a complexa análise do projeto do 737 MAX, a Boeing está reavaliando conceitos e buscando melhorias em todo o projeto. A informação foi também confirmada pelo jornal norte-americano The New York Times, que adicionou que uma eventual falha e curto-circuito pode resultar em um acidente, caso os pilotos não respondam ao problema adequadamente.
A expectativa é que o 737 MAX seja recertificado em meados de fevereiro, mas a FAA não descarta estender o processo até março. As autoridades norte-americanas buscam utilizar o 737 MAX como base de uma complexa reavaliação dos processos de projeto, construção e certificação de aeronaves. O retorno do modelo aos voos comerciais não deverá ocorrer antes de maio ou junho, dependendo do país.