Transporte aéreo no país sofre com efeitos da pandemia e tem o pior mês de maio em vinte anos
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 22/06/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h48
Pandemia gerou uma queda de quase 90% no transporte aéreo doméstico durante o mês de maio
Seguindo a tendência registrada nos últimos três meses, a demanda por voos domésticos registrou queda de 90,97% em maio, em relação ao mesmo período do ano passado. A oferta de assentos nos aviões, por sua vez, teve queda de 89,58% na mesma comparação. Esses dois indicadores representam o segundo pior resultado mensal desde 2000, quando teve início a série histórica da Anac.
Os dados copilados pela Abear, e incluem as operações de suas associadas Gol, Latam, Voepass/MAP e apontam desempenhos mais fracos em abril, auge do impacto da pandemia do novo coronavírus no setor.
A taxa de ocupação das aeronaves recuou 10,92 pontos percentuais, atingindo 70,80% e foram transportados 538,9 mil passageiros, retração de impressionantes 92,44%. De janeiro a maio, o transporte aéreo de passageiros acumula redução de 38,79% diante de igual período de 2019, com diminuição de oferta 37,11% na mesma comparação.
O aproveitamento dos aviões ficou em 80,09%, recuo de 2,19 pontos percentuais. No total, as companhias aéreas embarcaram 22,8 milhões de pessoas nos cinco primeiros meses do ano, queda de 40,76%.
O maior impacto foi no mercado internacional, o primeiro a sofrer com a pandemia, recuando 96,85% em maio, diante de igual mês do ano passado. A oferta teve queda de 95,68% na comparação anual, com a taxa de ocupação dos aviões de 62,58%, uma redução de 23,37 pontos percentuais. Foram transportados 16,9 mil passageiros, retração de 97,5%.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o transporte aéreo de passageiros no mercado internacional registrou queda de 47,97% em relação ao mesmo período de 2019. A oferta acumula diminuição de 45,01% na mesma comparação, com o aproveitamento dos aviões de 78,62%, recuo de 4,48 pontos percentuais. No total, foram transportadas 2,06 milhões de pessoas, retração de 47,90%.
O transporte de cargas e correios nos mercados doméstico e internacional ainda que tenha sido destaque nos últimos meses, na prática teve queda de 52,41% em maio, diante de igual mês do ano passado. De janeiro a maio, essa atividade acumula 29,98% de redução.