Nasa e alemães decretam o fim do observatório montado em um 747SP

SOFIA é um observatório infravermelho montado em um Boeing 747SP

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 02/05/2022, às 17h30

Custo anual na ordem de US$ 86 milhões foi considerado elevado frente a produção científica gerada pelo SOFIA - Nasa

O observatório voador SOFIA está com seus dias contados, o programa de observação espacial no espectro infravermelho obteve grande êxito ao longo de todo o projeto, mas será desativado em 30 de setembro.

O SOFIA, acrônimo para Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha, é um sofisticado telescópio especial criado para ser utilizado em grandes altitudes, evitando assim os efeitos da atmosfera e da poluição luminosa. O equipamento foi montado em um Boeing 747SP.

O projeto é uma parceria entre a Nasa e a agência espacial alemã DLR (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt) e teve início em 1996, quando os pesquisadores e engenheiros começaram a projetar o complexo observatório. Um 747SP pertencente a United Airlines foi escolhido para o projeto de conversão, onde ganharia uma grande porta deslizante, que abriria em voo. Parte da cabine recebeu computadores e consoles, enquanto mudanças consideráveis foram realizadas na estrutura do avião, que ganhou uma nova seção pressurizada.

Pesquisadores contam com complexo sistema de observação e controle a bordo do 747SP

 

O processo construção do observatório começou em maio de 1997, mas apenas em 2000 o 747SP foi enviado para Waco, no Texas, onde passou a ser modificado pela Reaytheon E-Systems. Apenas uma década depois o avião foi entregue para a Nasa, que conduziu uma série de voos de teste, até realizar a primeira observação em 2010. A plataforma só foi declarada operacional em 2014, dezoito anos após o início do programa.

O telescópio foi projetado e construído na Alemanha, tendo um diâmetro de 2,7 metros e pesando 17 toneladas. Seu funcionamento exige um complexo sistema de estabilização e energia.

O complexo sistema do observatório foi montado na parte traseira do Boeing 747SP

 

O projeto previa uma missão de cinco anos, que foi concluída em 2019, com uma série de novos e inéditos dados astronômicos obtidos pelos pesquisadores. Uma extensão na missão foi autorizada, com validade até este ano. Embora tenha obtido informações importantes, como a confirmação da existência de água na superfície da Lua, seu elevado custo anual, na ordem de US$ 86 milhões foi considerado elevado para sua capacidade de produção científica.

O avião embora baseado em Palmdale, na Califórnia, realizou uma série de voos ao redor do mundo, buscando os melhores pontos de observação, incluindo uma visita ao Chile.

A Nasa e a DLR não definiram o destino do avião e seu telescópio, que poderão ser desmantelados ou preservados como item de museu.

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