Aeronave recebeu uma série de melhorias, visando ampliar a capacidade de um projeto que se aproxima dos 70 anos
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 24/09/2020, às 10h00 - Atualizado às 10h56
Exemplar faz parte de um lote de caças adquiridos pela Marinha do Brasil do Kuwait, em 1997
A Embraer realizou o primeiro voo com mais um caça AF-1/1A da Marinha do Brasil, avançando no programa de modernização da frota de A-4 Skyhawk. A estreia do exemplar, registro N-1021, ocorreu no último dia 14 de setembro de 2020, na unidade da Embraer em Gavião Peixoto, no interior paulista.
A aeronave foi uma das escolhidas para passar por um amplo processo de modernização, que instalou um cockpit mais moderno e melhorou alguns dos sistemas do veterano caça embarcado. O Programa de Modernização das Aeronaves AF-1/1A da Marinha do Brasil prevê dar alguma capacidade adicional aos aviões, que estão próximos de completar 70 anos de seu projeto.
Segundo a Marinha, o voo foi classificado como de uma aeronave de produção, não mais um exemplar experimental de testes e ensaios em voo. O modelo foi conduzido em uma série de verificações, tendo sido acompanhado por técnicos da Embraer e pelo Grupo de Fiscalização e Recebimento das Aeronaves AF-1/1A da Marinha.
A expectativa é completar em breve uma série de voos planejados para a continuidade do desenvolvimento do avião antes de sua entrega. O avião deverá realizar ainda ensaios em voo para a integração de Míssil Sintético à nova versão do software operacional (OFP) empregado pela aeronave. Além disso, também será realizada uma campanha de vibração (gun fire vibration) com modos de disparo. O ensaio será realizado na base da força aérea em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
O voo inaugural de mais um A-4Ku modernizado ocorreu poucos dias antes da estreia do Gripen E no Brasil. O caça da FAB, considerado um dos mais modernos do mundo, inicia agora sua extensa campanha de ensaios em voo no território brasileiro.
A Marinha adquiriu vinte e três caças A-4KU, pertencentes a força aérea do Kuwait, em 1997, em um contrato de US$ 70 milhões (US$ 113 milhões, corrigida a inflação), produzidos em 1977 e que estavam sendo substituídos no país árabe. Atualmente a marinha brasileira é a última operadora do A-4, que completou 66 anos do seu primeiro voo.