Mais de 64% dos aviões no mundo estão sem voar

Companhias aéreas estão mantendo operação em regime de rodízio para evitar custos de armazenamento de longo prazo

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 17/04/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h15

Total de aeronaves retirada de serviço supera a marca de 16.600 unidades em todo o mundo

A pandemia do COVID-19 deverá atingir seu pico nos próximos dias, mas analistas acreditam que na aviação a paralisação de aeronaves atingiu o topo da curva, com 64% da frota mundial paralisada na última semana.

De acordo com dados da consultoria Cirium, até o dia 16 de abril haviam pouco mais de 16.600 aeronaves comerciais fora de serviço em todo o mundo. O índice permanece estável pelo terceiro dia consecutivo, demonstrando ainda que menos de 100 aeronaves foram retiradas de operação nas últimas 24 horas. Além disso, as empresas estão realizando um regime de rotação na frota, evitando deixar a maior parte dos aviões em terra por sucessivos dias.

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A classificação da Cirium para aeronaves retiradas de serviço previa uma permanência mínima de sete dias em solo, mas o rastreamento das operações aponta que está havendo uma rotatividade significativa com breves períodos de utilização antes de um período adicional de inatividade.

Entre os motivos está a necessidade de manter o avião em serviço, evitando iniciar um período de longa permanência fora de serviço, elevando assim os custos de manutenção, assim como o esforço das companhias aéreas chinesas em retomar as operações de forma gradual. Ainda assim, o número de voos operados pelas empresas da China permanece muito abaixo da média, quando comparado ao mesmo período de 2019.

Empresas estão utilizando parte da frota no sistema de rodízio, evitando assim custos elevados de manutenção

Os aviões de corpo largo (widebody) são os principais modelos afetados pela pandemia, principalmente pelas restrições de voos internacionais, causado especialmente pelo fechamento de fronteiras. Atualmente os Airbus A330 e A340, assim como os Boeing 787, estão operando uma média de 10% dos voos que usualmente realizariam neste período do ano.

 

A frota do Boeing 777 apresentou uma utilização ligeiramente superior aos demais, voando cerca de um quarto das frequências que normalmente realizam diariamente, comparado ao mesmo período de 2019.

Já as famílias Airbus A320 e Boeing 737 estão operando menos da metade dos voos programados, tendo também como referência as mesmas semanas de 2019. Ainda que as operações domésticas tenham sido duramente reduzidas desde meados de março, o total de voos ainda está acima da média das operações internacionais, justificando assim a frota de aviões de corredor único ter um registro de atividades maior no período.

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