Maior operadora russa do 747-8F tem pedido para devolver frota

AirBridgeCargo enfrenta um processo para devolver imediatamente parte da frota de 747-8F

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 25/03/2022, às 17h47

AirBridgeCargo é uma das maiores operadoras globais do 747-8F com 13 aviões na frota - Divulgação

Um dos primeiros embates entre as empresas aéreas russas e empresas de arrendamento de aeronaves ocorreu essa semana. A BOC Aviation, com sede em Cingapura, protocolou uma queixa no Tribunal Distrital de Nova York contra a AirBridgeCargo. O pedido prevê a devolução de um Boeing 747-8F usado pela companhia russa, que faz parte do grupo Volga-Dnepr.

A disputa é referente ao avião de matrícula VQ-BFE, registrado nas Bermudas, mas que está estacionado em Hong Kong.

Ainda que o VQ-BFE esteja em Hong Kong a BOC Aviation não pode retirar o avião do aeroporto, visto que toda a documentação está em posse da AirBridgeCargo. O pedido protocolado no tribunal nova-iorquino pede a reintegração de todos os documentos e certificados em posse da empresa aérea.

A aeronave em questão está alugada para a AirBridgeCargo desde 2015, sem qualquer tipo de problema entre ambas as partes. Contudo, com os embargos impostos contra Moscou, por causa da invasão da Ucrânia, as empresas locadoras de aeronaves iniciaram a retomada de todos os seus ativos operados por companhias aéreas com sede na Rússia.

Um dos entraves contra o VQ-BFE é que seu seguro de casco está suspenso, tornando impossível a AirBridgeCargo utilizar o avião, nem mesmo é possível movimentá-lo no aeroporto de Hong Kong. A companhia aérea russa tem um total de dezessete 747F na frota, sendo treze 747-8F e quatro 747-400ERF, além de um 777F.

Além do avião constestado, dos treze 747-8F da frota da AirBridgeCargo, mais dois aviões pertencem a BOC Aviation, que por ora, não iniciou o processo de reintegração de posse. Esses dois aviões (VQ-BFU e VP-BIN) estavam na China quando os embargos passaram a vigorar em todo o mundo, mas no dia 6 de março voaram da China, para o aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, onde está a sede da empresa aérea, descumprindo os tratados internacionais da Conveção da Cidade do Cabo. O acordo prevê a devolução imediata de aeronaves em casos como o de embargos, por exemplo.

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