Maior foguete do mundo explode após lançamento nos EUA

Separação da nave Starship do foguete Super Heavy da SpaceX falhou durante voo de testes e equipes de solo optaram pela autodestruição da missão

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 20/04/2023, às 14h00

Lançamento do Super Heavy com a nave Starship foi bem-sucedido, mas falha em voo impediu a continuidade da missão - SpaceX

O maior foguete da história, o Super Heavy, da SpaceX, explodiu quase quatro minutos após o lançamento realizado hoje (20), a partir da Starbase, localizada em Boca Chica, no Texas.

Embora o teste completo, que envolvia a viagem espacial nave Starship, também a maior já construída, tenha falhado, a SpaceX considera o lançamento bem-sucedido. O objetivo principal era permitir a decolagem do foguete com a nave espacial acoplada, em um dos processos mais críticos da campanha de testes.

Nos primeiros instantes da decolagem do Super Heavy três motores Raptor apresentaram falha imediata, mas que não comprometeu o lançamento. Ao longo da subida mais três motores falharam no primeiro minuto e meio, enquanto os sistemas de controle mantinham a trajetória correta, mesmo quando atingiu o MaxQ, a condição de pressão dinâmica máxima. Todavia, uma falha na separação do Starship impediu seu lançamento para seguir viagem na órbita baixa.

O Super Heavy passou a manobrar em voo, chegando a realizar giros de 360 graus, e retomando a trajetória de subida, em uma importante demonstração de sua capacidade de compensar eventuais falhas em voo. Ainda assim, o controle de missão ao confirmar a impossibilidade de separação do foguete da Starship optou por detonar o conjunto que estava aproximadamente 30 quilômetros de altitude.

Liftoff from Starbase pic.twitter.com/rgpc2XO7Z9

— SpaceX (@SpaceX) April 20, 2023

“A Starship acabou de passar pelo que chamamos de uma rápida desmontagem não planejada”, publicou a SpaceX no Twitter.

Os lançamentos de teste da SpaceX são considerados bastante audaciosos pelos métodos adotados e as grandes margens de risco aceitas. A NASA, por exemplo, tem um protocolo mais metódico e conservador, evitando missões de alto risco.

Em postagem a SpaceX afirmou que “em um teste como este, o sucesso vem do que aprendemos, e o teste de hoje nos ajudará a melhorar a confiabilidade da Starship.”

A expectativa é que o foguete Super Heavy e a Starship estejam plenamente operacionais até meados de 2025, quando poderá oferecer suporte as missões Artemis, da NASA, que pretende não apenas retomar as viagens até a Lua, mas estabelecer uma base permanente, nos moldes da Estação Espacial Internacional. O objetivo é que a base lunar ajude expandir as capacidades de pesquisa e sirva ainda como entreposto para missões no espaço profundo, como as viagens tripuladas até Marte.

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