Estudo mostra que a macaúba pode ser uma alternativa sustentável de combustível
Marcel Cardoso Publicado em 13/06/2022, às 18h05
A consultoria Atrium Forest elaborou uma análise de viabilidade do uso da macaúba para a produção de biodiesel, que pode ter potencial para substituir o querosene de aviação (QAV) nos aeroportos. O estudo foi feito a pedido da organização não-governamental WWF-Brasil.
O fruto, originário da palmeira, é cerca de oito vezes mais produtivo que a soja e chega a produzir seis mil litros de óleo por hectare, enquanto a soja rende apenas 500 litros (e responde por 70% da produção nacional de biodiesel).
Segundo o levantamento, a macaúba tem capacidade de produzir óleo suficiente para satisfazer de forma sustentável a crescente procura interna e global por biodiesel sem exigir uma mudança no uso da terra e sem reduzir o rendimento das pastagens.
“Há uma necessidade urgente de reduzir o uso de energias fósseis, como o querosene, no setor de aviação, que está buscando inovações em termos de combustível limpo. A macaúba é uma excelente opção para gerar escala no uso de energia renovável e como combustível para aviação”, segundo o coordenador de conservação da WWF-Brasil, Ricardo Fujii.
Os responsáveis pelo estudo concluíram que a viabilidade econômico-financeira da adoção da macaúba em regimes consorciados é altamente influenciada pelo carbono capturado e pelo valor auferido com ele. Por essa razão, a macaúba torna-se mais atrativa à medida que os mercados de carbono voluntários e obrigatórios se consolidam.