Galeão e Santos Dumont sofrem com a burocracia e leilão dos aeroportos deve ser adiado
Marcel Cardoso Publicado em 13/04/2022, às 09h55
O leilão conjunto dos principais aeroportos do Rio de Janeiro, antes previsto para o segundo semestre de 2023, deverá ficar para, pelo menos, 2024.
O caso começou com o aeroporto Santos Dumont (SDU), que havia sido excluído da próxima rodada de leilões de concessões aeroportuárias, prevista para acontecer até junho, após sucessivas discussões de iniciativa de políticos do Estado, que questionavam o modelo proposto de investimentos para o terminal, o que, segundo eles, esvaziaria ainda mais o aeroporto internacional do Galeão (GIG), que passa por profunda crise desde o fim das Olimpíadas de 2016.
Em 10 de fevereiro, em meio às tensões sobre o certame, a Changi Airports, administradora do GIG, anunciou que estava devolvendo a concessão do maior aeroporto do Estado para o Governo Federal, por problemas de equilíbrio financeiro, acentuados com a pandemia de covid-19. No mesmo dia, o Ministério da Infraestrutura informou que os dois terminais seriam leiloados juntos, em 2023.
Segundo reportagem do jornal O Globo, nesta quarta-feira (13), atrasos burocráticos na devolução do Galeão estão pressionando o calendário. Até o momento, somente ocorreu a troca de documentos entre a Changi e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Como o novo leilão, depois dos trâmites documentais, ainda precisa passar pelo aval do Tribunal de Contas da União (TCU), a previsão de que o certame aconteça no segundo semestre de 2023 pode não ser cumprida, transferindo-o para, pelo menos, 2024.
As próximas eleições são um outro entrave para que o processo possa ser adiado ainda mais, com possíveis iminentes mudanças no governos Federal e do Rio de Janeiro, bem como no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, já que, dependendo do resultado, novos debates poderiam surgir, futuramente, sobre o assunto.
Procurada pelo AERO Magazine, a concessionária RIOgaleão praticamente ratificou o posicionamento dado no anúncio da devolução da gestão à União. “Até que um novo operador seja definido, a concessionária seguirá responsável pela operação do Aeroporto Internacional do Rio atuando com excelência operacional, garantindo segurança e uma boa experiência aos usuários, além de trabalhar em prol do desenvolvimento comercial do aeroporto.”