A JetSmart oficializou uma proposta pela Viva Air, em meio às incertezas de fusão desta com a Avianca
Por Marcel Cardoso Publicado em 08/02/2023, às 08h45 - Atualizado às 16h00
Na iminência de uma fusão, ainda incerta, da Avianca da Viva Air, a ultra low cost chilena JetSmart demonstrou interesse formal em adquirir o controle integral da companhia aérea colombiana.
A interessada afirmou que a aquisição irá fortalecer a concorrência, mantendo um modelo de custo ultrabaixo, além da concretização do lançamento de uma nova base no país. Esta última já havia sido solicitada pela JetSmart aos reguladores locais, porém, a aprovação estaria condicionada à comprovação prévia da capacidade para operar as mais de 100 rotas solicitadas.
"Temos uma visão de longo prazo para expandir nossa atuação na América do Sul e estamos em condições de continuar investindo em nosso crescimento", segundo o CEO da JetSmart, Esturdo Ortiz.
Por outro lado, os trâmites para que a Aerocivil possa finalmente permitir a fusão da Avianca e da Viva Air, iniciados em abril de 2022, frearam sete meses depois, quando a Aerocivil barrou a negociação, temendo riscos à concorrência. Na ocasião, as partes apresentaram um recurso às autoridades propondo condições para aprovar a fusão. As companhias cederiam rotas e parte dos horários de pousos e decolagens (slots) no aeroporto internacional El Dorado (BOG), em Bogotá.
No último mês, os reguladores informaram que iriam revisar a proposta, por conta da existência de uma irregularidade substancial nos trâmites processuais, o que representa, na prática, um passo atrás no processo.
Consultada, a Avianca enviou a seguinte nota para AERO Magazine:
"1. Nem a Avianca nem seus acionistas receberam ofertas para transferir sua participação
econômica na Viva.
2. A Avianca considera que a declaração de interesse da JetSmart não é uma opção real para
resolver a crise da Viva.
• Tanto a JetSmart quanto seu segundo maior acionista - American Airlines - operam no
mercado colombiano e, portanto, qualquer transação exigiria as mesmas aprovações
que a Avianca precisa para a integração com a Viva.
• Tal processo de licenciamento, que no caso de Avianca e Viva teve início há seis meses,
só poderia começar depois que houvesse um acordo para que a JetSmart adquirisse a
Viva.
• Além disso, esta transação pode estar sujeita não apenas a aprovações na Colômbia,
mas também em outros mercados nos quais a Viva está envolvida juntamente com a
JetSmart e/ou a American Airlines, incluindo Peru, Argentina, Chile e Estados Unidos.
3. Portanto, a Avianca e seus acionistas consideram que a declaração de interesse da
JetSmart tem como único objetivo utilizar essa proposta, que é claramente inviável, para
gerar confusão em relação ao pedido de integração da Viva com Avianca.
4. A Avianca e seus acionistas reiteram que permanece intacta sua intenção de que Avianca
e Viva façam parte do mesmo grupo empresarial, e dependem da resposta oportuna da
autoridade para priorizar o resgate da Viva, promover a conectividade dos colombianos, a
prestação do serviço essencial de transporte aéreo e a preservação dos empregos formais."