Infrações graves no setor aéreo brasileiro cresceram mais de 45%

Reguladores brasileiros abriram 117 processos sancionadores durante o ano de 2023, alta de 45% frente um ano antes

Por Wesley Lichmann Publicado em 19/01/2024, às 12h00

Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um dos mais movimentados do país - DECEA

O volume de infrações graves no setor aéreo cresceu 46,25% em 2023, na comparação com o ano de 2022, resultando na abertura de 117 processos sancionadores pela Agência de Aviação Civil (ANAC).

A violação das normas resultaram na suspensão de 62 pilotos e a cassação das linceças de outros 46. Quatro irregularidades foram registradas entre as empresas aéreas e escolas de aviação, enquanto cinco prestadoras de manutenção receberam punições.

O volume de penalidades do ano passado só é menor que as 118 contabilizadas em 2021, e é quase dez vezes maior que o de 2019, ano pré-crise sanitária, totalizando 368 sanções ao longo dos últimos seis anos.

O aumento é resultado do fortalecimento do setor de inteligência e de dados da ANAC, criação de um departamento especializado em certificação e fiscalização e melhor capacitação dos servidores. Mais de 26 mil pilotos de aeronaves possuem registros válidos no país.

A cassação de certificados, licenças, concessões ou autorização é a máxima sanção administrativa imposta pelos reguladores brasileiros. As medidas punitivas são tomadas depois da abertura de um processo legal, seguindo as regras e normas vigentes.

A maioria das restrições são aplicadas a pilotos que descumprem e afrontam as regras de aviação civil, e envolvem fraudes na formação a operações sem a devida autorização e em condições adequadas. 

Além dos agravantes, multas que podem chegar a até R$ 200 mil, coibem o transporte ilegal de passageiros e a manutenção inapropriada. No intervalo entre os anos de 2016 e 2023, 198 infrações estão vinculadas ao Transporte Aéreo Clandestino (TACA). Deste total, 132 decisões finais foram publicadas, o que resultou em R$ 3 milhões aos cofres públicos.

Já as referentes a Manutenção Aeronáutica Clandestina (MACA) totalizaram 88, antingindo R$ 1,37 milhão, sendo que 53 infratores pagaram R$ 543 mil em decisões transitadas e julgadas.

Brasil Anac Manutenção Aviação Civil Pilotos Multa empresas aéreas normas Agência Nacional de Aviação Civil Certificado regras infração

Leia também

Novos drones chineses tiveram operação aprovada no Brasil
Certificação de eVTOL da Eve passará por consulta pela ANAC